ANTEVISÃO - Volta a Espanha 11ª Etapa - Poderá Primoz Roglic explodir a corrida numa subida de 19%?

A 11ª etapa da Volta a Espanha vai ser percorrido na Galiza e será um dia traiçoeiro. A etapa será repleta de subidas curtas e íngremes e a última chegará quase aos 20%. Ben O'Connor vai certamente ser atacado, mas será que vai conseguir aguentar a liderança no último dia antes de um conjunto de dias de montanha?

A etapa 11 é mais um dia montanhoso começando e terminando na cidade de Padrón, na Galiza. Um dia que apresenta uma subida muito íngreme perto do final, onde os homens da CG serão testados num terreno mais explosivo. 167 quilómetros e 2800 metros de desnível acumulado. Um dia montanhoso, mas desta vez com subidas mais pequenas, que apresentam percentagens de inclinação mais acentuadas.

Duas pequenas colinas no início do dia antes das quatro subidas categorizadas que estão distribuídas uniformemente ao longo do dia. 10,2 quilómetros a 4,2%, depois uma dupla subida do Puerto Aguasantas, com 5,6 quilómetros de extensão a 6% - e com inclinações mais duras. Estas subidas surgem a 85 e 43 quilómetros do final. Os ciclistas enfrentam outra colina logo após o sprint intermédio, mas a subida final ainda dará uma oportunidade para que se façam grandes diferenças.

Puerto Cruxeiras tem 2,8 quilómetros de extensão com mais de 9% de inclinação média. A subida atinge o seu topo a 8 quilómetros do fim e apresenta rampas acima dos 10%. A etapa deverá ser decidida nesta subida se for na fuga... Na luta pela CG, os ataques podem certamente surgir neste desafio explosivo. Os ciclistas encontram uma descida até à meta, pelo que será quase impossível reduzir diferenças.

O vento estará de norte e vai fazer-se sentir durante toda a etapa. No entanto, não deverá ser fundamental na subida final, onde poderá surgir como vento frontal, mas as inclinações são muito elevadas e também não será uma subida exposta. As temperaturas serão mais baixas do que na primeira semana e o céu estará nublado.

Luta pela liderança - Provavelmente o aspeto mais interessante do dia. Uma subida tão íngreme e tão perto da meta é uma receita para ataques. Alguns ciclistas fortes podem tentar entrar na fuga para tentar replicar o que aconteceu por duas vezes na primeira semana. Em qualquer caso, Ben O'Connor provavelmente será atacado. Primoz Roglic tentará fazê-lo, pois a BORA tem uma equipa forte para posicioná-lo e prepará-lo para um ataque e este tipo de subida é onde ele pode fazer as diferenças.

Prevê-se que o esloveno ataque, talvez Richard Carapaz seja outro dos homens a tentar fazê-lo. Enric Mas não tem a explosividade, mas definitivamente também tem as pernas para ir fundo e talvez tente fazer um corte. Mikel Landa e Adam Yates não serão homens a descartar. Florian Lipowitz e Felix Gall estarão na subida mas em papéis secundários, Carlos Rodríguez, David Gaudu, Pavel Sivakov, Mattias Skjelmose, Lennert van Eetvelt e Sepp Kuss também deverão estar na luta. Sivakov pode ser uma ameaça com um ataque, enquanto van Eetvelt tem um sprint muito forte e poderá estar presente na discussão do dia, caso a decisão vá para a linha de meta.

Para uma fuga não será muito diferente do dia de hoje, pois será um dia para os trepadores, mas alguns puncheurs/rouleurs também podem estar na fuga e lutar pela vitória - ter em atenção a possíveis benefícios de ataques tácticos. Aleksandr Vlasov, Lorenzo Fortunato, Guillaume Martin, Jack Haig, Harold Tejada, Eddie Dunbar, Michael Woods e Rémy Rochas são todos ciclistas à volta do Top 20 deverão tentar manter as suas posições à CG, pois nos próximos dias a corrida vai para as Asturias onde as coisas serão mais benéficas para eles e ainda poderão estar de olho em bons desempenhos para ganharem tempo e tentarem entrar num Top 10. Acreditamos que se houverem muitos ataques no início, eles devem tentar entrar em algumas das movimentações.

Entretanto, outros favoritos a uma vitória de etapa a partir de uma fuga incluimos nomes como Stefan Küng, Patrick Konrad, Attila Valter, Matthew Riccitello, Mauri Vansevenant, Jhonatan Narváez, Mathias Vacek, Marco Frigo, Wout van Aert (embora duvide que ele vá tentar novamente), Brandon McNulty, Victor Campenaerts e Oier Lazkano.

A etapa, se for para a fuga, pode ser decidida nessa subida final, mas damos iguais hipóteses à possibilidade de ser decidida por um pequeno grupo de ciclistas que ataquem antes dessa subida. Em termos muito simples, vimos hoje como essa táctica foi eficaz com Wout van Aert (que atacou 1 km antes do início da subida). Os rouleurs, ciclistas como Vacek ou Campenaerts, por exemplo, podem muito bem aproveitar esta táctica, uma vez que sobem suficientemente bem para aguentar os trepadores mais fortes.

*** Richard Carapaz, Enric Mas, Lennert van Eetvelt, Oier Lazkano
* Ben O'Connor, Mikel Landa, Adam Yates, Pavel Sivakov, Aleksandr Vlasov, Michael Woods, Rémy Rochas, Stefan Küng, Patrick Kornad, Mauri Vansevenant, Mathias Vacek, Victor Campenaerts

Escolha: Primoz Roglic