ANTEVISÃO - Volta a Espanha 8º Etapa - Ben O'Connor terá pela frente o seu primeiro verdadeiro teste à liderança

A etapa 8 é o terceiro dia consecutivo de colinas na Volta a Espanha. Na Andaluzia, os ciclistas encontram algumas colinas durante o dia e uma chegada em alto explosiva e complicada em Cazorla. Ben O'Connor vai ter o seu primeiro teste real no que diz respeito à classificação geral neste dia difícil.

Os ciclistas vão para o interior da Andaluzia para mais um dia nas isoladas e vastas colinas, numa terra onde o tempo costuma ser rigoroso e agreste. A etapa não será tão montanhosa como é habitual, pois a primeira metade do dia é maioritariamente plano e só na segunda metade é que teremos subidas.

7,3 quilómetros a 5,6% é o menu para a primeira subida do dia, a 54 quilómetros do final. Segue-se uma descida gradual, para depois enfrentarem uma subida que antecede a ultima ascensão do dia. Esta será uma subida com algumas secções difíceis. Há uma secção de descida técnica logo após o topo, que levará o pelotão para o inicio da subida final, onde encontrarão uma rampa íngreme que chega aos 17%, o que significará uma tremenda batalha ao longo de vários quilómetros de terreno acidentado.

4,9 quilómetros a 7,1%, mas se não houver nenhum ataque no seu inicio, só se esperam movimentos no terço final. Saindo do centro da cidade, a estrada torna-se mais técnica e mais íngreme. O último quilómetro tem uma média de 10% numa estrada estreita de montanha.

Cerca de 33 graus de temperatura máxima em Cazorla. Não será tão extrema como na maior parte dos dias desta semana, mas ainda será muito alta, em estradas expostas. O calor vai continuar a ser o principal desafio para os ciclistas.

Opções de fuga? - Todos os inícios de etapa são montanhosos na Volta a Espanha, independentemente de serem apenas um pouco ou muito. Este é um dia, no papel, para uma fuga, mas dependerá do grupo que se formar, pois tanto a BORA como a Lotto Dstny, têm razões para tentar controlar um grupo modesto. Temos rouleurs como Victor Campenaerts, Oier Lazkano, Marco Frigo e puncheurs que são especialistas na explosividade e sprint como Jhonatan Narváez e Corbin Strong que podem lutar por um bom resultado. 

Mas serão os bons trepadores que deverão ser os principais favoritos para vencer a partir de uma fuga neste dia. Homens que já perderam tempo para a classificação geral, mas tiveram grandes desempenhos, como Brandon McNulty, Matthew Riccitello ou Marc Soler. Outros estarão também potencialmente na luta como Mauri Vansevenant, Attila Valter, Giulio Ciccone, Dylan Teuns, Victor Lafay e Pelayo Sánchez.

Luta pela CG - Este será o ponto mais interessante do dia. É um dia diferente do Pico Villuercas, terá menos subidas no total, uma subida final mais explosiva e um último quilómetro de subida difícil até à meta. Não será de excluir a possibilidade de existirem cortes. A BORA hoje trabalhou duro na principal subida do dia e por isso parece óbvio que eles vão impor o ritmo para tentar ganhar tempo na linha de meta. Primoz Roglic tem a vantagem do seu lado nesta subida e pode ganhar tempo nas bonificações caso os candidatos à CG cheguem juntos ao sprint, Lennert van Eetvelt está na mesma situação, mas a Lotto não tem equipa para trabalhar nesta subida. 

A AG2R tem uma equipa forte e não precisará de trabalhar, Ben O'Connor só tem de tentar seguir a roda dos rivais ao lado de Felix Gall. João Almeida, Enric Mas, Mikel Landa e Antonio Tiberi são todos ciclistas dentro dos melhores que não são explosivos e por isso não será fácil ganhar tempo aos seus rivais aqui. Mattias Skjelmose, Pavel Sivakov e David Gaudu adequam-se bem a este tipo de chegadas. Sepp Kuss, Isaac Del Toro, Carlos Rodríguez e Richard Carapaz são nomes a considerar. 

*** Primoz Roglic, Lennert van Eetvelt

**Marc Soler, Enric Mas, João Almeida

*Jhonatan Narváez, Marco Frigo, Oier Lazkano, Matthew Riccitello, Giulio Ciccone, Victor Lafay, Ben O'Connor, Mikel Landa, Pavel Sivakov, Sepp Kuss

Escolha: Primoz Roglic