Thymen Arensman começou a Volta a Itália 2025 com um contratempo significativo, cedendo mais de um minuto e meio na primeira etapa em Tirana, e comprometendo parte das suas ambições na luta pela classificação geral. O neerlandês da INEOS Grenadiers, considerado um dos outsiders mais consistentes da prova, voltou a demonstrar uma tendência que tem marcado os seus desempenhos em Grandes Voltas: uma adaptação lenta aos primeiros dias.
Na ressaca do mau arranque, Arensman partilhou à Eurosport as dificuldades sentidas, admitindo a carga emocional e mental que o afetou na jornada inaugural.
"Sim, estou aliviado por o dia de ontem ter terminado. Foi como se eu próprio tivesse colocado demasiado peso nesse momento", começou por explicar. "Não quero dramatizar, mas se começamos a carregar a corrida com demasiada pressão interna, acabamos por ficar presos nesse ciclo. Entrei com muita vontade de estar ao nível certo logo no primeiro dia, mas os nervos acabaram por dominar."
O desgaste mental foi tal que o ciclista de 25 anos confessou ter ponderado abandonar a prova. "A minha mente estava a sabotar-me. Queria mesmo ir para casa", revelou de forma sincera. "A desilusão foi enorme. Mas é parte do processo de aprendizagem. Cada corrida este ano foi uma oportunidade de crescimento, e apesar dos altos e baixos, estou a evoluir."
Apesar do revés, Arensman mostrou-se mais animado após o contrarrelógio individual da segunda etapa, onde teve um desempenho sólido e uma atitude mais leve. "Hoje diverti-me mais e isso faz toda a diferença. Correr com prazer é essencial. Estou motivado para continuar, e daqui para a frente só podemos melhorar."
A INEOS Grenadiers aposta numa liderança partilhada com Egan Bernal, mas Arensman era apontado como a carta mais estável da equipa para um resultado no top-5. Após o contratempo em Tirana, terá de redefinir a abordagem, procurar oportunidades e evitar novas perdas de tempo nas etapas acidentadas que se aproximam.