"As subidas e o terreno agradam-me": A mulher africana que é uma das principais favoritas e quer ganhar o primeiro Campeonato do Mundo em África

Ciclismo
quinta-feira, 25 setembro 2025 a 2:00
KimLeCourt
A história do ciclismo está prestes a escrever um capítulo histórico no continente africano, e a protagonista poderá ser a ciclista mauriciana Kim Le Court. Este sábado, ela é uma das favoritas à vitória na prova de estrada do Campeonato do Mundo de Ciclismo, no Ruanda.
Este evento constitui um marco importante: pela primeira vez, um Campeonato do Mundo de ciclismo realiza-se no continente africano. E embora o local não esteja isento de desafios, a organização e a beleza do ambiente surpreenderam as ciclistas, como salientou Le Court.
"O Ruanda é realmente um lugar luxuoso em África", disse a ciclista ao Sporza. "É muito limpo, muito melhor do que eu imaginava. Já corri em sítios piores, com condições piores".
Apesar da beleza da paisagem e do acolhimento, Le Court notou também os contrastes e as dificuldades do local, desde o trânsito caótico na cidade de Kigali até à falta de regras rigorosas nas estradas.
No entanto, para Le Court, este Campeonato do Mundo tem um significado muito especial. "Nunca imaginei que iria disputar um Campeonato do Mundo em África. É incrível, é como um sonho", disse com um sorriso.
Le Court chega ao Ruanda com um estatuto diferente do dos anos anteriores. Depois das suas históricas vitórias na Liege-Bastogne-Liege e numa etapa da Volta a França Feminina, a ciclista da Ilhas Maurícias passou de "azarada" a uma das grandes esperanças de vitória.
Embora a fama e as expectativas possam ser difíceis de gerir, a ciclista orgulha-se da sua evolução. "Sempre fui a mais desfavorecida. Na altura, queria ser a favorita e agora prefiro ser a desfavorecida", brincou.
"É uma sensação boa ser vista como favorita. Trabalhei muito para chegar até aqui e, mesmo que o resultado seja incerto, sinto-me orgulhosa por representar África", disse Le Court, que em 2025 experimentou uma grande maturidade mental em comparação com os anos anteriores. "Cresci muito, especialmente em termos de acreditar em mim mesmo".
Kim Le Court vestiu a camisola amarela na Volta a França 2025
Kim Le Court vestiu a camisola amarela na Volta a França 2025

O percurso: difícil, mas familiar

O percurso do Mundial, que terá lugar a 1500 metros acima do nível do mar, é outro desafio que Le Court terá de enfrentar. As subidas e a dureza do terreno são comparáveis às clássicas que já percorreu no passado, especialmente a Liege-Bastogne-Liege, onde se sagrou vencedora. Apesar das dificuldades do percurso, Le Court está confiante. "Sei que este é um percurso em que sou boa. As subidas e o terreno são bons para mim".
Quanto à altitude e às altas temperaturas, Le Court afirma que não serão um fator determinante. "A altitude e o calor vão afetar toda a gente, mas todas nós fizemos treinos específicos para este tipo de condições", disse. "Não estou preocupada com isso. Todas devem estar prontos para este desafio".
A presença de Kim Le Court no Campeonato do Mundo de Ciclismo em África não é apenas um ponto alto para a ciclista, mas também para o ciclismo africano em geral. Embora o continente tenha sido representado em competições internacionais, nunca antes tinha havido uma situação como esta, em que um/a ciclista africano/a é um/a dos/das favoritos/as. Se Le Court ganhar este sábado, não só fará história para as Maurícias, como para toda a África.
Com a vitória na cabeça, Le Court diz que está pronta para dar tudo o que tem: "Este é um Campeonato do Mundo muito especial, porque é em África. Isso motiva-me ainda mais", concluiu.
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