Boonen sobre Wout van Aert: “Assumiu a liderança, mas era para ganhar”

Ciclismo
quinta-feira, 03 abril 2025 a 14:30
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Tom Boonen, um dos maiores especialistas em clássicas empedradas da história, sabe bem o que é triunfar em corridas como a Dwars door Vlaanderen — venceu-a em 2007. Agora, 18 anos depois, comentou a atuação do seu compatriota Wout van Aert, que, apesar de uma prestação animadora, voltou a sair derrotado na edição de 2025.

"Isso magoa. Achei fantástico o facto de o Wout van Aert ter assumido a responsabilidade durante a corrida e ter dito aos colegas de equipa que ‘era para ele’. Mas depois queremos acabar com isto", afirmou Boonen no programa Wielerclub Wattage.

A Team Visma | Lease a Bike esteve mais dominante do que nunca nesta campanha de clássicas. Pela primeira vez este ano, a equipa conseguiu pressionar o pelotão, fragmentar os grupos e colocar em prática uma tática ofensiva em bloco, lembrando os tempos áureos da sua hegemonia.

Mas a decisão final ficou nas mãos de Wout van Aert. Num gesto de afirmação e com o objetivo de calar os críticos, o belga pediu para ser levado ao sprint contra Neilson Powless. A equipa acatou. O resultado, no entanto, foi um golpe duro: van Aert sofreu de cãibras nos metros finais e perdeu para o norte-americano da EF Education-EasyPost. No final da corrida, assumiu publicamente a culpa pelo desfecho, admitindo ter falhado na conclusão de um cenário ideal.

Para Boonen, apesar do desfecho amargo, há ensinamentos a tirar: "Deviam apenas classificá-lo e lembrar-se do lado positivo. Não acho que o Wout ainda esteja de saco e cinzas", argumentou, destacando que este foi o melhor van Aert que se viu nesta primavera.

O antigo campeão belga apontou ainda que o nervosismo pode ter desempenhado um papel crucial. "Acho que ele estava demasiado nervoso. Foi a primeira vez em muito tempo que Wout esteve naquela posição", observou. "Provavelmente começou o sprint com a ideia de 'ai'. E quando viu aquela sombra cor-de-rosa a aproximar-se, ficou bloqueado."

Ainda assim, Boonen viu sinais animadores na estratégia da equipa e no desempenho individual de van Aert: "Durante a corrida, a equipa fez um jogo longo, com um esforço de 2,5 a 3 horas — é nisso que o Wout é bom e para o que treinou muito."

Com a Volta à Flandres e o Paris-Roubaix ao virar da esquina, a grande questão mantém-se: conseguirá van Aert transformar estas derrotas em combustível para, finalmente, conquistar o tão desejado Monumento da primavera?

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