Christian Prudhomme, director da Volta a França, admite que as corridas são mais emocionantes nos dias de hoje: "Não fui um fã da era Sky"

Christian Prudhomme é, desde há muito, o ponta de lança da Volta a França, sendo o diretor da corrida mais vista do ciclismo desde 2007. Durante grande parte desse tempo, a Team Sky exerceu um domínio sobre a corrida, conquistando a Maillot Jaune através de nomes como Bradley Wiggins, Chris Froome, Geraint Thomas e Egan Bernal.

"Não era fã da época da Sky, em que a corrida era completamente fechada e eles atacavam a 800 metros da meta", diz Prudhomme ao Midi Libre, admitindo no entanto, que se diverte mais com as corridas actuais. "Agora eles atacam de longe, fazem a diferença. Tivemos um Tour absolutamente fantástico há dois anos, tivemos uma metade do Tour excepcional no ano passado. Só espero que todos cheguem na sua plenitude à corrida".

De acordo com Prudhomme, as coisas começaram a mudar em 2019. "Tivemos a sorte de ter ataques de longe durante 4 ou 5 anos. Começaram em 2019, com aqueles avôs armados, se me permitem a expressão, com Thibaut Pinot e Julian Alaphilippe", ri-se. "Depois tivemos o Van Aert, o Van Der Poel, o Pogacar, o Evenepoel, etc."

Tal como aconteceu com Chris Froome e Bradley Wiggins quando estavam na sua plenitude, também se levantam suspeitas relacionadas com o uso de substancias dopantes sobre Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard. Segundo Prudhomme, não há nada de errado em fazer este tipo de perguntas, tendo em conta os escândalos de doping ocorridos no passado no ciclismo e na Volta a França.

"Dada a história do ciclismo, podemos sempre colocar questões em todo o lado. Lutámos durante anos para que existisse uma agência independente que se ocupasse dos controlos", explica, insistindo que a sua corrida e o ciclismo em geral podem hoje combater as questões do doping melhor do que no passado. "Hoje existe a ITA (Agência Internacional Antidoping). Não duvido nem por um segundo da sua eficácia".

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