Surgiram novos pormenores sobre os momentos de pânico que levaram ao cancelamento da 3ª etapa da
Volta à Holanda 2025, com
Cees Bol (XDS Astana Team) a descrever uma sucessão de incidentes perigosos que deixaram os ciclistas sem alternativa senão de parar a corrida.
“Podia ter acabado muito mal”
Em declarações ao WielerFlits, o sprinter holandês revelou que o pelotão tomou a decisão conjunta de interromper a etapa após vários "quase acidentes" em estrada aberta, incluindo uma situação de extremo risco quando uma carrinha com um atrelado apareceu em contramão numa descida que o pelotão estava a fazer a alta velocidade.
“Houve alguns momentos que podiam ter acabado muito mal e foi aí que traçámos a linha”, contou Bol.
“O mais crítico aconteceu numa descida rápida e estreita, quando uma carrinha enorme com um atrelado apareceu de frente para nós. Na frente do pelotão evitou-se o acidente por centímetros. Podia facilmente ter tudo terminado de forma trágica.”
Bol revelou ainda que esse incidente não foi caso isolado. Logo no início do dia, já tinham sido vistos mais carros durante o percurso, aumentando a tensão e a insegurança entre os ciclistas.
“Esse nem sequer foi o primeiro carro que apareceu no percurso”, lamentou. “Os outros casos foram menos dramáticos, mas simplesmente não deveriam acontecer. Claro que todos queríamos correr, mas a segurança vem em primeiro lugar. Quando se chega a um ponto em que há risco de vida... é um limite que não se pode ultrapassar.”
A decisão de parar: “Foi o correto”
Apesar da frustração geral, Bol elogiou a resposta rápida da organização e o apoio unânime do pelotão à decisão de parar a corrida.
“Estou satisfeito com a organização da Volta à Holanda e espero que a corrida possa continuar no futuro. É uma ótima iniciativa”, disse.
“Respeito o facto de os organizadores terem tido a coragem de parar a corrida e protegerem os ciclistas. É uma pena que tenha terminado assim, mas foi a decisão correta.”
O diretor da prova, Thijs Rondhuis, confirmou que 25 agentes de trânsito não compareceram ao serviço, o que deixou partes da secção neutralizada sem qualquer segurança. A ausência desses elementos das forças policiais acabou por tornar impossível garantir a integridade do percurso, levando ao cancelamento da etapa.
Rondhuis admitiu que o caso reflete um problema mais amplo nas corridas holandesas, onde a falta de apoio policial total torna cada vez mais difícil garantir a segurança operacional.