"Concentrei-me no meu sprint e acabou por ser uma boa tática" - Remco Evenepoel de regresso às vitórias na Volta à Grã-Bretanha

Remco Evenepoel continua a ganhar confiança rumo ao Campeonato do Mundo. O Campeão Olímpico da Soudal - Quick-Step venceu a etapa rainha da Volta à Grã-Bretanha, triunfando no topo da mítica subida de The Tumble, uma das montanhas mais icónicas do País de Gales.

O belga confirmou estar em excelente forma, numa jornada dura em que os trepadores testaram as pernas até ao limite. Apesar do vento forte de frente nos últimos quilómetros, Evenepoel soube gerir o esforço e acabou por impor a sua explosividade num sprint restrito. "Acho que na primeira subida queríamos ver como corria, fomos bastante rápidos, mas nos últimos 3 km o vento soprava forte na cara e rapidamente percebi que tínhamos de esperar pelo sprint, ia ser difícil fugir", explicou o belga.

Na ascensão decisiva, Pavel Sivakov lançou um ataque que partiu o grupo, acompanhado por Oscar Onley e Afonso Eulálio, da Bahrain - Victorious. Evenepoel, atento mas prudente, contou com o apoio de Ilan van Wilder, que controlou a diferença e preparou a chegada. "Conseguimos ver quando o Sivakov, o Onley e o outro tipo da Bahrain (Afonso Eulálio) partiram. Eles foram para trás, o Ilan [van Wilder] também fez um ótimo trabalho para trazer os outros para trás e coube-me a mim fazer um sprint. Sei que, depois de um dia duro e de uma subida, tenho um bom sprint. Concentrei-me no meu sprint, tentei-o e, sim, saí com uma vitória, por isso é bom", descreveu.

No final, Evenepoel ergueu os braços e conquistou uma vitória de prestígio, reduzindo a diferença para o líder Romain Grégoire para apenas 2 segundos. "Foi uma subida muito bonita, penso que a primeira parte na floresta foi muito difícil, muito íngreme. Depois de passarmos a grelha de gado, era um pouco mais plana. Não plana, mas 7 a 8%. Penso que os primeiros 8 minutos da subida foram muito duros, com um ritmo muito forte, depois foi mais um jogo de gato e rato. Saltar, esperar, atacar, ver como corria tudo e, com um vento forte de frente, tínhamos de ser inteligentes. Concentrei-me no meu sprint e acabou por ser uma boa tática", analisou.

Para Evenepoel, o grande objetivo é agora a camisola verde, símbolo de líder da Volta à Grã-Bretanha. "Tentar ganhar a camisola verde (camisola de líder na Volta à Grã-Bretanha) vai ser um dia específico, com previsão de muita chuva, por isso vai ser complicado. Não vou arriscar a minha vida, porque há corridas importantes pela frente, mas gostaria muito de ganhar a classificação geral, seria um bom impulso de confiança depois de um longo período fora de competição. Esta já me está a fazer bem, sabe bem ganhar, e amanhã vamos fazer uma última boa tentativa e ver como acaba", afirmou.

O belga revelou ainda estar satisfeito com o seu estado de forma neste regresso à competição: "Tudo está a correr bem, todos os dias estou a recuperar bem, os números são bons, as sensações são boas, também estou a trabalhar bastante... Os primeiros dias foram para o Luke Lamperti, para o manter na frente para o sprint, e depois alguns dias treinei um pouco mais, por isso está tudo a correr bem e estou contente com isso".

Com a classificação geral completamente em aberto e a etapa final em Cardiff a prometer espetáculo, Evenepoel terá a derradeira oportunidade para conquistar a Volta à Grã-Bretanha e reforçar a confiança antes do Mundial.