Alberto Contador analisou no Eurosport a etapa 20 do Giro d'Italia 2025, o último dia competitivo da corrida e aquele que pode potencialmente decidir a prova, com Isaac del Toro e Richard Carapaz a entrarem com 43 segundos de diferença;
Alberto Contador conhece como poucos as exigências das montanhas italianas e tem experiência direta no percurso que decidirá a
Volta a Itália 2025. O espanhol, vencedor da Corsa Rosa em 2008 e 2015, já enfrentou a combinação de subidas que os ciclistas terão pela frente na 20.ª etapa — e alerta para as armadilhas de um dia que pode mudar completamente a classificação geral.
“É a última etapa decisiva, a última oportunidade, e o juiz será o Colle delle Finestre”, começou por referir em análise publicada recentemente. Contador sublinha que, apesar da atenção natural em torno da subida icónica, também a primeira parte da jornada, em falso plano ascendente, será crucial: “Será muito rápida, com muitos ciclistas a tentarem entrar na fuga para apoiar os seus líderes. Mas, claro, o Finestre vai marcar a etapa.”
Alberto Contador no Colle delle Finestre com a maglia rosa, 2015
O ex-campeão espanhol conhece bem o Finestre, onde já mediu forças com os rivais em 2011 e 2015, ambas ocasiões que terminaram com o triunfo na geral. No entanto, não esconde o respeito pela montanha piemontesa: “É um porto muito duro, diferente, particular. Muitas coisas podem acontecer, e os colegas de equipa terão pouca utilidade. Não só pela inclinação brutal, mas também pela longa zona de sterrato, que torna ainda mais importante a escolha da linha certa.”
O Colle delle Finestre apresenta 18,5 km de extensão a 9,2% de inclinação média, mas é o terreno em gravilha que adiciona uma dificuldade suplementar. “A superfície levanta, a roda escorrega, perde-se tração e torna-se ainda mais complicado fazer as curvas. É uma subida que exige técnica e resistência ao limite.”
Contador também chama a atenção para a subida final a Sestrière, onde termina a etapa: “Se não acontecer nada no Finestre, há que ter cuidado em Sestrière. Não tem as pendentes de Finestre, é uma subida mais regular, com estrada larga, típica de uma estância de esqui — são 16 km a 4% de inclinação média. Mas atenção: se o vento for contra e estivermos isolados, sem colegas de equipa, pode-se perder muito tempo. Se for favorável, será uma grande ajuda.”
A combinação de dureza, altitude e imprevisibilidade torna esta jornada uma das mais temíveis de todo o percurso da Volta a Itália 2025, e a análise de Contador deixa claro que ninguém poderá dar nada por garantido até cruzar a meta em Sestrière.