Continuam as críticas ao novo final da Volta a França: "Montmartre vai ser feito a rasgar. Vai quebrar a tradição dos Campos Elísios"

Ciclismo
quinta-feira, 15 maio 2025 a 20:30
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Remco Evenepoel já manifestou reservas quanto à inclusão de Montmartre no percurso da 21.ª etapa da Volta a França 2025. A icónica subida parisiense, utilizada na prova de fundo dos Jogos Olímpicos, será agora o ponto central do encerramento da Grande Boucle, substituindo, pelo segundo ano consecutivo, a tradicional chegada aos Campos Elísios. Recorde-se que em 2024 o Tour terminou com um contrarrelógio individual em Nice, devido à realização dos Jogos em Paris.
Tom Steels, diretor desportivo da Soudal – Quick-Step e figura próxima de Evenepoel, comentou o novo desfecho da corrida ao Het Nieuwsblad. “De certa forma, compreendo a decisão. Mas depois de três semanas de corrida intensa, estão a adicionar um novo factor de stress à última etapa. Isso tem implicações, especialmente para os ciclistas da geral. Imagine-se ter um azar em Montmartre, com os carros de apoio longe e a corrida lançada na frente… antes, isso podia sempre ser corrigido nos Campos Elísios. Agora, nem por isso.”
Steels também lamenta a perda do ambiente tradicionalmente mais descontraído da última etapa da Volta a França. “Aquela sensação de ‘o Tour acabou’ que se vivia na manhã de domingo já não vai existir. Essa atmosfera desaparece.”
Se para os candidatos à geral o maior desafio será evitar contratempos, os sprinters enfrentam um cenário ainda mais complicado. A subida empedrada de Montmartre deverá afastar a hipótese de um sprint clássico. “Ainda me parece o desfecho mais provável, mas será um sprint para homens duros. Vai-se fazer Montmartre a rasgar”, antecipa Steels.
Johan Museeuw, que venceu nos Campos Elísios há 35 anos, foi mais crítico. “O Cavendish deve estar satisfeito por já se ter retirado. Isto são más notícias para o tipo de sprinter que ele representa. Ele parou mesmo a tempo. Para mim, é uma pena.”
Museeuw lamenta o que considera ser uma tendência generalizada. “Todos os organizadores querem tornar as suas corridas mais difíceis. Mas um verdadeiro sprint massivo, com todos os sprinters de topo, directo, sem confusões, é exactamente o que não irá acontecer. O Tour está a acabar com uma tradição. É pena.”
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