A estreia de
Wout van Aert na
Volta a Itália está longe de corresponder às expectativas. O belga de 30 anos, líder da Team Visma | Lease a Bike, é há muito uma das grandes referências do pelotão internacional, mas após ter contraído uma doença nos dias que antecederam a corrida, ainda não conseguiu demonstrar a sua melhor forma na Grande Volta italiana.
Apesar de ter estado perto do triunfo na etapa inaugural, onde apenas Mads Pedersen o impediu de levantar os braços, o rendimento de Van Aert caiu a pique desde então. No segundo dia, protagonizou um contrarrelógio bastante aquém do seu habitual e na terceira etapa acabou por se descolar muito cedo. Já na quarta etapa, não conseguiu fazer a diferença no apoio ao colega Olav Kooij, somando mais um dia discreto numa Volta a Itália onde tem sido muito falado, mas nem sempre pelas melhores razões.
Geraint Thomas, que terminou no pódio nas duas últimas edições da prova italiana, tem acompanhado a corrida a partir de casa e mostrou-se solidário com o momento difícil que o belga atravessa.
"É uma pena ver o Wout a ficar para trás. Ele não está a 100%, pois não?", questiona retoricamente o galês no mais recente episódio do podcast Watts Occurring. "É triste ver isso, porque é horrível quando se está nessa posição. Ele é um enorme ciclista e toda a gente está a olhar para ele... e ele ali a sofrer."
Vencedor da Volta a França em 2018, Thomas sabe o que é lidar com a pressão mediática quando as pernas não respondem nas grandes corridas.
"Não estou a dizer que sou um grande ciclista como ele ou o Remco Evenepoel, mas mesmo quando estive nessa situação", confessou o líder da INEOS Grenadiers. "É uma merda. Estamos a lutar numa subida, a ser cuspidos e temos a câmara de televisão colada à nossa cara. Toda a gente está a observar-nos e nós estamos ali a sofrer. Só queremos estar noutro sítio. Mas o Wout é um lutador, não é? Já conseguiu um segundo lugar, por isso esperemos que melhore."