O defeso promete ser movimentado para a
Alpecin-Deceuninck, que poderá sofrer uma sangria significativa no núcleo que tem sustentado os desempenhos da equipa nas Clássicas da primavera. Três elementos fundamentais do seu bloco de paralelos parecem estar a caminho de estruturas rivais, num movimento que pode comprometer a consistência táctica da equipa belga no futuro próximo.
A saída de maior impacto poderá ser a de
Gianni Vermeersch, homem de confiança de Mathieu van der Poel, tanto no ciclocrosse como nas grandes corridas de um dia. Segundo o
Het Laatste Nieuws, o belga está muito próximo de assinar com a
Red Bull - BORA - hansgrohe, equipa que tem reforçado de forma metódica o seu contingente de especialistas para os Monumentos.
Vermeersch tem sido um gregário de luxo, daqueles que faz a diferença sem a procurar. O seu trabalho silencioso foi determinante para as vitórias de van der Poel em várias Clássicas e, apesar de raramente assumir o papel de líder, tem acumulado resultados de respeito: top-10 na Volta à Flandres (2021) e Paris-Roubaix (2024), vitórias na Antwerp Port Epic e Dwars door het Hageland, além do título mundial de Gravel em 2022. Já esta temporada, brilhou quando teve liberdade: 7.º na Strade Bianche e 2.º no GP de Denain.
Além de Vermeersch, Edward Planckaert deverá juntar-se à Soudal - Quick-Step, reforçando o sector intermédio da equipa de Lefevere, enquanto Timo Kielich, como já noticiado, é um alvo prioritário da Team Visma | Lease a Bike, numa aposta de futuro para o bloco de Clássicas neerlandês.
Para Vermeersch, a eventual mudança para a BORA representa a transição de escudeiro de luxo para peça estratégica num coletivo mais versátil. Na equipa alemã poderá integrar uma linha ofensiva que deverá incluir nomes como Maxim Van Gils, Oier Lazkano, Jan Tratnik e os gémeos van Dijke — um grupo cada vez mais talhado para explorar finais imprevisíveis e endurecer corridas antes das decisões.
A confirmar-se, esta movimentação marcará o fim de um ciclo na Alpecin-Deceuninck e pode obrigar a equipa a redefinir o seu modelo de atuação em torno de van der Poel e Jasper Philipsen, sobretudo em dias de paralelos. Será também uma oportunidade para Vermeersch deixar de ser apenas o homem que lança os ataques dos outros e passar a escrever a sua própria história nas Clássicas.