Miguel Marques (CiclismoAtual)
Terminou uma das corridas menos cotadas do worldtour e foi uma semana animada de competição, não obstante das quedas voltarem a marcar esta corrida.
Brandon McNulty confirmou o favoritismo para remontar a geral no último dia, mas fê-lo de forma afirmativa, vencendo o contrarrelógio e somando as duas primeiras vitórias do ano, tenho que confessar que fiquei surpreendido por ainda não ter vitórias em 2025 até hoje.
Neste esforço individual, houve algumas notas muito positivas além do homem da
UAE Team Emirates - XRG, desde logo
Lorenzo Milesi, que está finalmente a mostrar o seu potencial no contrarrelógio. Já soma 4 top 6 de junho para cá, anda a cheirar a vitória e, diga-se, que já merecia. Já não via
Matteo Sobrero há algum tempo neste nível, 3º no contrarrelógio e 3º na geral, provavelmente terá a Volta a Espanha como próximo apontamento no calendário.
No top 10 da etapa, há que mencionar também
Antonio Tiberi, Ben Turner, Huub Artz, Marco Frigo e Alberto Bettiol. O líder da Bahrain garantiu também o 2º posto na geral, boas indicações para a Vuelta, vi-o ofensivo nas etapas em linha, a bom nível no CRI... Bettiol e Frigo garantiram o top 10 na geral, dois bons resultados, o homem da XDS Astana ainda não tinha aparecido em 2025, vejamos se arranca para um grande final de temporada. Por fim, nota para
Rafal Majka, na sua última temporada como profissional, termina no top 10 da corrida da casa.
Relativamente à
Volta a Portugal, a etapa fica indubitavelmente marcada pela neutralização, que foi, obviamente necessária, e há que aplaudir a organização, que encontrou uma solução alternativa com alguma brevidade e conseguiu manter a chegada à Senhora da Graça. Do lado negativo, a subtração de tempo à fuga quando a corrida foi retomada - antes da paragem tinham 4 minutos, passaram a ficar com 3, terá sido posta em causa a verdade desportiva?
Na Senhora da Graça, a Anicolor - Tien21 mostrou superioridade, chegando a ter 4 ciclistas em 8, mas não a souberam usar e conseguiram perder a etapa, deixando-a fugir para um muito inteligente
Byron Munton, que aproveitou a marcação entre os rivais para atacar. Contino a não compreender as táticas da equipa de Ruben Pereira. Ainda assim,
Artem Nych é o novo líder, gostei muito de ver
Jesus David Penã, e tal, como se desejava, a classificação geral está completamente em aberto.
Víctor LF (CiclismoAlDía)
Brandon McNulty fez o que se esperava dele e conquistou a classificação geral final da
Volta à Polónia 2025. Talvez não se esperasse tanto que ele o fizesse desta forma, dominando tanto e até ganhando o contrarrelógio final, mas ele fê-lo desta forma, por isso, parabéns a ele.
Lorenzo Milesi deixou a Movistar Team numa posição muito boa e completou uma Volta à Polónia 2025 com notas altas/excelentes. Quanto aos espanhóis, foi pena que Pello Bilbao não tenha conseguido manter a sua posição no top 5 da corrida, mas ainda assim conseguiu terminar no Top 10, sendo gregário de Antonio Tiberi, que foi segundo na geral.
Félix Serna (CyclingUpToDate)
Penso que toda a gente esperava que Brandon Mcnulty ganhasse hoje, e ele cumpriu absolutamente. Após o ponto intermédio, ficou claro que ninguém estava sequer perto de igualar o seu poder, e ele somou mais 2 vitórias para os Emirates. Já são 72 nesta época, e ainda faltam cerca de 2 meses. O recorde da Team Columbia - HTC estabelecido em 2009 (85 vitórias) parece estar em sério perigo neste momento...
Lorenzo Milesi foi a maior surpresa de hoje, sem dúvida. Já sabíamos que ele era um grande talento em contrarrelógio depois de ter vencido o campeonato do mundo de CRI sub-23 em 2023, mas nunca tinha conseguido obter um grande resultado ao mais alto nível.
Hoje, esteve na berlinda durante muito tempo e até comecei a acreditar que poderia vir a ser o vencedor, depois de os principais favoritos não terem conseguido bater o seu tempo. Uma vitória teria sido um enorme alívio para a Movistar Team. Não porque a equipa espanhola esteja a temer a despromoção, mas porque a sua época tem sido bastante fraca.
Este ano, conta apenas com 10 vitórias. Se excluirmos as vitórias nos campeonatos nacionais, a contagem desce para apenas 5, o que faz deles uma das equipas com menos vitórias esta época. Depois da desilusão de Enric Mas na Volta a França e da sua recente lesão, que o deixará de fora da Volta a Espanha, a equipa Movistar precisa de uma nova fonte de esperança.
Lorenzo Milesi tornou-se uma das novas sensações da Movistar. O italiano tem apenas 23 anos e já é um dos talentos mais promissores da equipa da sua geração. A equipa espanhola precisa de uma nova lufada de ar fresco e, juntamente com Iván Romeo, os dois ciclistas podem ser as pedras angulares do novo projeto.
Outro ciclista que me surpreendeu agradavelmente foi Matthew Brennan. A sensação britânica é conhecida pelo seu poderoso sprint, mesmo em secções de subida. Mas hoje fez um contrarrelógio muito decente. Terminou em 11º lugar, embora não seja suposto ser um especialista. É muito jovem e, por isso, ainda tem muito a melhorar, mas se já consegue um nível tão elevado nos CRI's, não consigo imaginar qual poderá ser o teto deste ciclista.
Terminou com uma vitória e, sinceramente, esperava um pouco mais dele. Só isso diz-nos o quão bom ele é. Não há muitos ciclistas da sua idade que tenham expectativas tão elevadas.
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