Byron Munton, do Feirense, ganha no Alto da Sra da Graça a 4ª etapa da Volta a Portugal, marcada por uma neutralização

Ciclismo
domingo, 10 agosto 2025 a 19:32
byron munton
A 4ª etapa da Volta a Portugal ligou Bragança a Mondim de Basto, com chegada no mítico Alto da Senhora da Graça, num dia com, inicialmente 182,9km e 3600 metros de desnível positivo acumulado. Digo "inicialmente" uma vez que, um incêndio na Serra do Alvão, próximo de Vila Real obrigou a parar a corrida ao quilómetro 132,3, após a meta volante de Vila Real. A corrida foi retomada e a subida final manteve-se, com um sul-africano de 26 anos, Byron Munton, a ser o mais forte, diante dos dois principais favoritos para a geral à partida, Jesus David Penã e Artem Nych, novo líder da prova.
Mas vamos ao filme completo do dia, tido, à partida, como um dos mais importantes da competição. A jornada começou com Pau Martí na liderança da geral e da juventude, Nicolás Tivani na liderança da montanha e Hugo Nunes, vencedor de ontem, na liderança da classificação por pontos.
Foram precisos apenas 3 quilómetros para encontrar a fuga do dia, com 5 elementos na frente: Francisco Peñuela Caja Rural (Esp); Caleb Classen, Project Echelon Racing (EUA); Francisco Morais, Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua; Jan Kino, Atom 6 Bikes - Decca (Aus); Edgar Curto, Illes Balears Arabay (Esp). Um grupo perseguidor viria a sair no encalço deste quinteto, mas nunca os conseguiram alcançar.
Na meta volante de Macedo de Cavaleiros, o primeiro momento de disputa do dia, Edgar Curto foi o primeiro a passar, mas, no pelotão, continuavam os ataques. As duas primeiras horas de corrida completaram-se a uma velocidade média de 41,5km/h e após 85km de jornada, o pelotão já levava 8:30 de atraso para a fuga, com 2 grupos pelo meio.
Ao quilómetro 103 coroou-se o Alto do Pópulo, com Francisco Morais a ser o mais forte, na subida seguinte, Leirós, o ciclista natural de Sintra voltou a passar na frente, afirmando a sua possível candidatura a esta classificação secundária. Foi a partir daqui que começaram as más notícias, com a organização a anunciar que a corrida seria neutralizada, devido a um forte incêndio perto de Vila Real.
Depois de mais de 1 hora a rolar a baixa velocidade ou mesmo parados, até à Campeã, a corrida recomeçou, ficando a faltar 44km para a meta. O grupo da frente ficou com 2 minutos de avanço para o grupo perseguidor e 3 para o pelotão, as diferenças que a organização considerou registarem-se no momento da paragem, algo que não nos pareceu real, as diferenças eram superiores.
O traçado até à subida final foi essencialmente plano ou em descida, com a Anicolor - Tien21 e a Israel - Premier Tech Academy a assumirem o controlo do pelotão e a retirarem tempo importante à frente de corrida, que passava a ter apenas 2 elementos, Peñuela e Classen, que arriscaram na descida e abriram espaço para os rivais. O duo entrou na subida com 1:45 de avanço para o pelotão.
Com a perda de vantagem lá para trás, Peñuela arrancou a 7700m da meta, isolando-se na frente de corrida, enquanto que o pelotão começava a ficar bastante reduzido, ao ritmo da Anicolor, mais especificamente de Harrison Wood.
A 6800m da meta, grande surpresa, com o camisola amarela Pau Martí a ceder no grupo dos favoritos e nesta altura tínhamos uma certeza: no final do dia iríamos ter novo líder. O homem de trabalho que se seguiu foi Pedro Silva, com cerca de 8 ciclistas no grupo dos favoritos, a 5500 metros da meta.
O trabalho culminou no ataque de Alexis Guerin a 4700m da meta. O primeiro teste entre os favoritos foi respondido por todos, com Lucas Lopes a passar para a dianteira. Nych contra-atacou 500 metros depois, com Peña e Guerin a seguirem-no, culminando esta movimentação no anular de Peñuela. O ritmo abrandou e os restantes voltaram a entrar, ficando 7 na frente: Nych, Guerin, Peña, Peñuela, Lopes, Zac Marriage e Byron Munton, com 25 segundos de vantagem para um grupo perseguidor, onde seguiam nomes como António Carvalho, Diogo Barbosa ou Emanuel Duarte.
O atacante que se seguiu foi o sul-africano Munton, da Feirense - Beeceler, sem resposta dos rivais. Com a vantagem a superar os 15 segundos, Nych arrancou, com resposta imediata de Peña. A mais custo, Lopes e Guerin também chegaram, mas o campeão de 2024 voltou a acelerar, mas uma carraça chamada Jesus David Penã colou-se à sua roda. A ritmo, Lucas Lopes voltou a chegar ao duo de favoritos.
Na frente, Munton parecia estar a quebrar e entrou no último quilómetro com apenas 10 segundos de vantagem para o trio perseguidor, que não demonstrava muito entendimento. Guerin reentrava atrás e Penã atacava, com resposta de Nych, mas já era tarde para alcançarem o homem do Feirense, que conquistou uma grande vitória no Alto da Senhora da Graça. Esta é a primeira vitória da equipa liderada por Joaquim Andrade na Volta a Portugal desde que regressou ao ciclismo, em 2018.
Penã ganhou o sprint pela segunda posição a Nych, com ambos a cortarem a meta 9 segundos depois do vencedor. Lucas Lopes foi o melhor português, ao terminar na 4ª posição, a 18 segundos.

Results powered by FirstCycling.com

aplausos 3visitantes 3
Escreva um comentário

Últimas notícias

Notícias populares

Últimos Comentarios