A 4ª etapa teve um final emocionante, numa etapa que contou com 5 subidas categorizadas nos últimos 50 quilómetros. A fuga do dia foi formada por
Lenny Martinez, Thomas Gachignard, Jonas Abrahamsen e
Kasper Asgreen, que foi o ultimo homem a juntar-se ao grupo.
Longe da luta pelos lugares da classificação geral, Lenny Martinez foi o último ciclista a ser apanhado pelo pelotão, conquistando alguns pontos para aquela que poderá vir a ser a sua nova meta nesta corrida: a camisola da montanha.
A 5 quilómetros do fim Pogacar atacou e com Vingegaard conseguiu criar um corte e ganhar uma vantagem no grupo dos favoritos, mas Evenepoel conseguiria voltar a reunir as tropas mais à frente, por falta de entendimento entre os dois da frente
Finalmente, Tadej Pogačar conquistou a 100ª vitória da sua carreira profissional num emocionante mano a mano com
Mathieu van der Poel, espelhando o confronto que vimos na 2ª etapa, onde o holandês levou a melhor.
Jonas Vingegaard completou o pódio e está agora a oito segundos de Pogacar, que está empatado em tempo com Van der Poel, com o homem da Alpecin a continuar com a camisola amarela.
Carlos Silva ( CiclismoAtual)
O que dizer dos quilometros finais da corrida?
João Almeida está simplesmente brutal. A forma como recuperou posições depois de ter ficado cortado numa queda ( embora não tenha caído, meteu o pé no chão) só está ao alcance de muitos poucos. É hora de deixarmos de falar dos maus posicionamentos, das perdas de tempo desnecessárias e termos orgulho no ciclista que temos o prazer de ver pedalar.
Se Pogacar hoje conquistou a sua centésima vitória, tem de agradecer a Almeida. Ele disse antes da corrida começar que estava ali para destruir o pelotão em prol do seu líder e hoje foi o que fez. Respondeu a
Remco Evenepoel, respondeu a Matteo Jorgenson e liderou o lançamento do sprint para o Esloveno, que vinha na roda de MvdP. Quando Mathieu van der Poel abriu o sprint, ficou claro que Pogacar seria o unico a lutar com ele pela vitória na linha de meta.
Ainda que ambos tenham sentido o esforço que estavam a fazer antes de passarem a linha de meta, o Campeão do Mundo fechou com chave de ouro o trabalho da equipa. João Almeida está definitivamente a tornar-se um monstro. Um monstro que se vai afirmar nas Grandes Voltas muito rapidamente.
Apontamento final para Primoz Roglic. O ciclista esloveno anda desaparecido dos radares. Estará simplesmente a tentar sobreviver e a evitar quedas? O tempo urge e amanhã é um dia que poderá esclarecer o estado de forma física e mental do homem da Red Bull - BORA - Hansgrohe.
Víctor LF (CiclismoAlDía)
Tadej Pogacar está extremamente forte. Até aos últimos 50 metros, estava convencido de que Mathieu van der Poel iria ganhar a etapa. Pergunto-me se o esloveno não poderia ter ido sozinho na última subida, mas preferiu não arriscar e ganhar ao sprint.
Jonas Vingegaard também está em forma e tem uma hipótese de conquistar a camisola amarela no contrarrelógio de amanhã. Mas o favorito será Remco Evenepoel, que esteve entre os melhores hoje.
Quanto aos espanhóis, Enric Mas tem estado um pouco abaixo do seu nível até agora, mas já sabemos que ele prefere muito mais as subidas longas do que estas subidas curtas e muito íngremes. Carlos Rodriguez continua a desiludir e voltou a perder tempo.
PS: João Almeida é uma besta.
Félix Serna (CyclingUpToDate)
Haverá mesmo um limite para o que Tadej Pogacar pode fazer? Com a vitória de hoje na etapa 4 da
Volta a França, o esloveno atingiu a incrível marca de 100 vitórias profissionais (e tem apenas 26 anos). Sinto que isto é apenas o começo. Faltam ainda 17 etapas para o fim do Tour e há muitas chegadas feitas à medida para ele, pelo que penso que a marca das 100 será brevemente ultrapassada.
No entanto Pogacar continua em segundo lugar na classificação geral, logo atrás de Van der Poel, que lhe negou a conquista da etapa e da camisola amarela na 2ª etapa
Pessoalmente, não gosto quando as equipas dizem aos seus ciclistas para perderem a camisola amarela de forma intencional, para não terem de passar tanto tempo nas cerimónias do pódio e protocolares e também para a equipa não sentir a pressão e a responsabilidade de puxar pelo pelotão. Claro que compreendo o raciocínio por detrás dessa decisão, mas adoraria ver um dia Pogacar a usar a camisola de líder do principio ao fim, numa corrida de três semanas.
Voltando ao que se passou na etapa de hoje, Vingegaard continua a mostrar que está em muito boa forma e continua a demonstrar que a sua explosividade melhorou. Penso que este factor será crucial para ele nas etapas de montanha.
João Almeida mostrou-nos mais uma vez que é o melhor domestique com que um líder como Pogacar pode sonhar. Respondeu rapidamente a Evenepoel no seu ataque tardio e trouxe calma à corrida quando esta mais precisava.
O lado negativo do dia foi Roglic... novamente. À semelhança do que aconteceu na 2ª etapa, este final era perfeito para ele, mas mais uma vez, esteve longe do grupo da frente. Chegou 32 segundos atrás de Pogacar, na 18ª posição, juntamente com Tiesj Benoot, Enric Mas e Alexey Lutsenko.
Estou ansioso pelo contrarrelógio de amanhã. Penso que poderá baralhar a classificação geral. Ciclistas como Evenepoel ou Roglic têm de aproveitar esta oportunidade para melhorar não só a sua posição na classificação geral, mas também para aumentar o seu moral para as próximas etapas.
E você? O que pensa sobre os acontecimentos da etapa de hoje? Dê-nos a sua opinião um e junte-se à discussão!