À medida que se aproxima o arranque da
Volta a Itália de 2025, aumentam as preocupações em torno do estado do Colle delle Finestre, uma das subidas mais icónicas e exigentes da Corsa Rosa. Imagens recentes divulgadas nas redes sociais mostram o desfiladeiro ainda coberto por neve abundante, levantando dúvidas quanto à sua viabilidade e reacendendo o debate sobre os riscos climatéricos em etapas de alta montanha.
O histórico do Giro em cenários alpinos tem sido marcado por episódios de condições meteorológicas extremas. A neve já provocou, por diversas vezes, alterações de percurso, neutralizações e até cancelamentos de etapas. Em 2024, por exemplo, o caos instalou-se na 16.ª etapa quando o pelotão se recusou a partir devido ao frio extremo e precipitação intensa. A tensão entre os organizadores e os ciclistas foi visível e obrigou a um encurtamento da jornada para 121 quilómetros, com mudança de percurso em cima da hora.
Para este ano, apesar dos receios, reina um otimismo cauteloso. As autoridades locais já iniciaram os preparativos para tornar a estrada transitável a tempo da prova. O Colle delle Finestre, com os seus quase 2.200 metros de altitude e os últimos 8 km em terra batida, é uma das passagens mais lendárias do Giro e estará na mira da organização caso as condições o permitam.
“Na próxima semana, se o tempo colaborar, arrancam as operações de manutenção rotineira com vista à reabertura no verão”, lê-se em comunicado emitido pela cidade metropolitana responsável pela via. “As intervenções incluem a verificação dos muros de suporte de pedra a montante e a jusante da estrada, bem como a remoção de vegetação que possa comprometer a circulação".
O comunicado acrescenta que, após os trabalhos de base e uma secagem adequada da superfície, está prevista uma operação de alisamento do piso de terra batida, uma prática já habitual sempre que grandes corridas atravessam o Finestre.
A expectativa é que o colosso alpino continue no percurso e volte a oferecer o espetáculo característico das etapas decisivas do Giro. No entanto, como sempre na alta montanha, a última palavra será do céu.