Dois meses depois da tragédia dos Mundiais de Zurique, as autoridades suíças ainda não têm respostas para todas as questões relacionadas com a morte de Muriel Furrer

O trágico falecimento de Muriel Furrer, de 18 anos, durante o Campeonato do Mundo UCI em Zurique é a nuvem negra que paira sobre a corrida na Suíça. Ainda está a decorrer uma extensa investigação sobre as causas da sua trágica morte. Mas quase dois meses após o acidente, ainda não há pormenores conclusivos sobre o que aconteceu nesse dia, nem sobre quem é o culpado.

"As investigações alargadas que envolvem o Instituto de Medicina Legal da Universidade e o Instituto Forense de Zurique estão em curso. O inquérito ainda não está concluído", declarou o Ministério Público de Zurique ao jornal suíço Blick.  

"Não é possível fazer qualquer previsão sobre a conclusão do inquérito neste momento, uma vez que nem todas as medidas de investigação foram concluídas, por exemplo, o relatório pendente do Instituto de Medicina Legal."

O Ministério Público não excluiu a possibilidade de acusação. Um comité organizador local organiza os Campeonatos do Mundo em nome da UCI.

"Nestes casos, as autoridades responsáveis pela aplicação da lei analisam sempre, desde o início, se houve alguma conduta criminosa e se, consequentemente, deve ser iniciado um processo penal. Até à data, não foi iniciado qualquer processo penal", declarou o Ministério Público de Zurique.

O que é que sabemos até agora?

Furrer sofreu um traumatismo craniano grave quando caiu durante a corrida de estrada feminina de juniores, em circunstâncias que permanecem pouco claras. Aparentemente, os responsáveis pela corrida e as equipas médicas não viram a queda de Furrer e surgiram questões sobre o tempo exato em que ela permaneceu sozinha (vários relatos sugerem que passou mais de uma hora até à chegada de um helicóptero para a transportar para o hospital), sem receber cuidados médicos.

A morte de Furrer levou à abertura de um enorme debate sobre segurança, com os ciclistas e o staff a ripostarem contra a UCI, que proibiu os auriculares nos Campeonatos do Mundo e até experimentou correr certas etapas sem rádios de equipa durante a época... antes dos trágicos acontecimentos em Zurique. Muitos sugerem que a utilização de dispositivos de localização, incluindo rádios, poderia ter levado a uma chegada muito mais rápida de ajuda a Furrer...

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