Dylan Teuns nunca pensou que iria entrar numa luta para ganhar por 8 pontos UCI: "Não gosto muito disso, mas também foi para isso que a equipa me contratou".

Normalmente, a maioria dos ciclistas não se importa em terminar em 36º ou 56º na Strade Bianche. Mas no sistema de despromoção que está em vigor desde 2020, todos os pontos podem contar. Para manter uma distância segura do tremendo inicio de ano da XDS Astana, até a estrela da Cofidis, Dylan Teuns, tem de lutar por resultados marginais, como o 37º lugar na Strade Bianche, para conseguir 8 pontos UCI para a sua equipa. Algo a que o ciclista está longe de estar habituado.

No podcast Vals Plat, Teuns disse que a luta pelos pontos UCI começou em força. "Na Strade Bianche, estávamos no meu grupo em 36º lugar, mas a corrida foi muito táctica".

Haviam três ciclistas da mesma equipa no seu grupo. "Estavam a fazer um jogo muito táctico. Não é que deva existir uma atmosfera de grupetto numa corrida como a Strade Bianche, mas é bom trabalhar em conjunto entre todos para que se possamos chegar à meta a um ritmo constante. Desta vez foi mais uma questão de não deixar ninguém ultrapassar ou deixar criar espaços no grupo. Isso já a trinta quilómetros da meta".

Leia também

Matteo Jorgenson liderou a Visma após a perda de Jonas Vingegaard: "Fizemos um plano esta manhã e executámo-lo na perfeição"

No último troço ele atacou no seu grupo. "Ainda faltavam uns quinze quilómetros para a meta. E sim, também ataquei na parte íngreme para a meta em Siena. Fiz isso na esperança de ganhar alguns pontos".

Depois da corrida, Teuns pegou no telemóvel para ver quantos pontos tinha ganho na Strade Bianche. "Depois da corrida, descobri que tinha ganho oito pontos... Há alguns anos atrás, de certeza que nunca teria olhado para isso."

A luta pelos pontos UCI é.. uma corrida dentro de uma corrida. Algo que equipas de topo como a UAE Team Emirates - XRG, Team Visma | Lease a Bike ou Lidl-Trek não têm de se preocupar, mas a Cofidis de Teuns tem. "Depende de facto em parte da equipa em que se corre", afirma.

As opiniões sobre o sistema de despromoção são variadas e Teuns não gosta muito deste aspecto: "Mudou muito o ciclismo. Não gosto muito disso, mas tenho de pensar nisso enquanto ciclista da Cofidis. Foi também para isso que a equipa me contratou. Se ainda conseguir ganhar alguns pontos num dia mau, isso é importante".

Leia também

O ultimo dos sobreviventes da fuga limpou a 5ª etapa da Tirreno-Adriatico: "Só a 500 metros da meta soube que estava no papo"

Filippo Ganna continua em boa forma e na liderança da Tirreno, com a Milan-Sanremo à porta: "Espero continuar assim pelo menos mais uma semana"