A situação dramática que se desenrolou no Alto de l'Angliru foi uma surpresa na Vuelta. Sepp Kuss foi abandonado na frente da corrida, quando estava apenas com os seus companheiros de equipa
Primoz Roglic e Jonas Vingegaard, e as reacções a esse momento são bastante duras.
"Ele (Primoz Roglic, ed.) quer correr... Ele quer ganhar... Ele sabia que o Sepp tinha ficado para trás, estava sempre a contradizer-se", disse
Sean Kelly. Kuss, na altura em que foi retirado, enviou palavras através do rádio da equipa. E depois, de acordo com Mikel Landa, não se esforçou para reduzir a diferença nos quilómetros finais. Foi uma situação confusa para os espectadores, mas também foi a aceleração de Primoz Roglic para largar o americano, não esperando por ele - enquanto Jonas Vingegaard seguia o esloveno.
"Acho que é muito desleal, muito desrespeitoso", lança
Adam Blythe. "Ele (Sepp Kuss, ed.) salvou a camisola dele (Primoz Roglic, ed.) inúmeras vezes, ele poderia não ter ganho todos os seus Grand Tours se não fosse o Sepp. Uma vez, ele podia mudar a vida deste miúdo para sempre, e não se tem a decência ou o respeito por Sepp Kuss para dizer 'vamos apoiar-te, eu e o Jonas'".
"Ele está a sugerir que tem uma responsabilidade para com ele próprio, e a responsabilidade para com ele próprio é esforçar-se o mais possível e ganhar o máximo que puder, e é aí que reside o problema", acrescentou Orla Chennaoui. "É homem contra homem, e isso vai contra tudo o que dizemos sobre este belo desporto e que adoramos. Um corredor cruza a linha com os seus braços no ar, mas é preciso uma equipa inteira para o levar até lá. Nesta ocasião, um corredor cruza a linha e tem de o fazer com o resto da equipa que apoia os três e não com um corredor em particular. Isto rasga completamente o livro de regras".