"É uma falta de respeito pela corrida" - Brian Holm não é fã da passagem da Volta a França 2025 por Montmartre!

Wout van Aert conquistou uma vitória memorável a solo na última etapa da Volta a França de 2025. A inclusão da subida a Montmartre no circuito final trouxe emoção e imagens espetaculares para o desfecho da prova, mas nem todos ficaram convencidos com a decisão da organização de abandonar o tradicional final nos Campos Elísios.

Entre os críticos está Brian Holm, ex-ciclista profissional e atual diretor desportivo, que analisou a etapa para o Ekstra Bladet. Para o dinamarquês, a mudança não resultou: "Foi estranho. A classificação estava praticamente definida a 50 quilómetros da meta. Só cerca de 30 ciclistas disputaram o final, o que torna tudo um pouco absurdo", comentou. Holm argumenta que tornar a última etapa demasiado exigente, depois de três semanas extenuantes, transforma a corrida numa disputa apenas para os mais fortes, enquanto o restante pelotão fica relegado a um papel secundário: "O resto estava praticamente a posar para as câmaras. Serão turistas? Acho que mostra uma certa falta de respeito pela corrida", criticou.

A seleção tão restrita na frente foi agravada pelas condições meteorológicas adversas, que obrigaram à neutralização das diferenças de tempo, diminuindo os riscos para a geral. Para Holm, o problema está no enquadramento da subida: "Montmartre está bem na primeira semana do Tour. Mas não no último dia. Mesmo com sol, seria arriscado. Se 160 ciclistas fossem a fundo, alguém acabaria por partir uma clavícula", alertou, frisando que a responsabilidade é da ASO, e não dos ciclistas.

O dinamarquês concluiu que, embora a etapa tenha oferecido espetáculo visual, a essência da última jornada da Volta a França ficou comprometida. Para 2026, deixa no ar uma recomendação implícita: talvez Paris precise novamente de um final mais clássico.