Em 2025, um dos ciclistas mais em forma do pelotão esteve ausente da maior prova do calendário mundial. Falamos de
Mads Pedersen, o versátil ciclista da
Lidl-Trek, que este ano colecionou vitórias e pódios em praticamente todas as corridas em que participou, mas que não alinhou na
Volta a França. A ausência não passou despercebida aos fãs, e o próprio Pedersen sentiu o vazio, acompanhando o desfecho do Tour não a partir do pelotão, mas do sofá de casa.
"Eu próprio treinei os finais das últimas etapas, por isso vi os finais", contou no podcast Lang Distance. "Mas tinha mesmo de ver esta, especialmente quando vi a previsão do tempo." A derradeira etapa do Tour foi uma inédita corrida em circuito por Paris, sob chuva intensa, incluindo três passagens por Montmartre. Num terreno brutal,
Wout van Aert brilhou com uma vitória isolada, derrotando o vencedor da geral, Tadej Pogacar, e deixando o pelotão em dificuldades diante de uma multidão encharcada.
"Foi de loucos", disse Pedersen. "Sabíamos, assim que chegássemos a Montmartre, que ia ser um choque. E a chuva transformou-a numa corrida totalmente imprevisível."
Para Pedersen, assistir à etapa parisiense teve um sabor agridoce: estava em grande forma para estar lá. O dinamarquês de 29 anos conquistou quatro etapas na Volta a Itália em maio, além da camisola por pontos, batendo Van Aert em várias chegadas. Na primavera, subiu ao pódio na Volta à Flandres e no Paris-Roubaix, reforçando o seu estatuto como um dos ciclistas mais completos do pelotão. Ainda assim, ficou fora do alinhamento da Lidl-Trek para o Tour.
A equipa optou por Jonathan Milan para os sprints e Mattias Skjelmose para a classificação geral. Com Milan a vencer a classificação por pontos, a Lidl-Trek garantiu a segunda camisola verde consecutiva em Grandes Voltas, depois da de Pedersen no Giro, e agora sonha com um terceiro triunfo seguido.
Pedersen será o líder da equipa na Volta a Espanha, onde tentará completar o “hat-trick” de camisolas por pontos nas três Grandes Voltas. A sua campanha em solo espanhol começa no próximo mês e, após ter falhado o Tour, a motivação é clara.
"Espero que seja o mesmo quando regressar ao Tour", afirmou. Para um ciclista habituado a vencer, a expectativa é vê-lo novamente na linha de partida em Paris no próximo ano, pronto para transformar frustração em triunfo.