Emirates sem margem para distrações daqui em diante na Volta a França: "Contamos que a Visma e Vingegaard ataquem já amanhã"

Mauro Gianetti mostrou-se satisfeito com o desfecho da etapa 5 da Volta a França de 2025. Apesar de Tadej Pogacar não ter vencido o contrarrelógio, o esloveno conquistou a camisola amarela, consolidando a liderança da UAE Team Emirates - XRG na abordagem ao meio da primeira semana. Remco Evenepoel acabou por vencer a tirada, mas é Pogacar quem comanda agora a classificação geral. Já Jonas Vingegaard teve uma jornada difícil, cedendo quase um minuto e meio para os seus rivais diretos, incluindo Kevin Vauquelin.

“Foi uma etapa muito positiva para nós, uma excelente prestação”, afirmou Gianetti ao Cyclism'Actu. “Esperávamos uma diferença um pouco maior entre o Tadej e Remco, mas ele conseguiu manter um ritmo constante do início ao fim. Ganhamos um minuto ao Vingegaard, o que é significativo. Com este atraso, contamos que a Visma e Vingegaard ataquem já amanhã. É um bom cenário, mas exige concentração imediata para o que aí vem.”

Vingegaard, que se tinha exibido em excelente forma nas primeiras etapas, surpreendeu ao discutir sprints com Pogacar e Mathieu van der Poel. Contudo, esse desgaste poderá ter saído caro no contrarrelógio, onde ficou aquém do nível que o levou a vencer um esforço individual em 2023.

Gianetti admite o peso de vestir a amarela, mas assegura que isso não altera a abordagem da equipa. “De qualquer forma, não tínhamos escolha. Se não fosse o Tadej a liderar, seria outro adversário. Sim, é uma responsabilidade acrescida, mas já trazemos essa carga desde o início. Ele é o último vencedor da Volta a França, e isso nota-se logo nos primeiros dias. Além disso, é preferível liderar do que ter de atacar. Um minuto de vantagem nesta fase é muito interessante. Não temos de defender a camisola amarela todos os dias. O importante é manter a vantagem sobre Evenepoel e Vingegaard. Não estamos sozinhos, há mais 22 equipas com as suas próprias táticas, por isso temos de estar preparados para tudo.”

Quanto à prestação menos conseguida de Vingegaard, Gianetti desvalorizou o impacto. “Não é segredo que o Jonas costuma estar mais forte no contrarrelógio. Hoje não teve um grande dia, é surpreendente, mas não decisivo. Já o vimos fazer coisas incríveis noutras etapas. Isto foi apenas um episódio, não é o Tour inteiro. Precisamos de continuar focados.”

Com a memória ainda fresca das reviravoltas que marcaram as edições de 2022 e 2023, a Visma pode muito bem estar a apostar tudo na terceira semana para desgastar Pogacar. Mas, neste momento, é a UAE que lidera com autoridade.

Sobre o desempenho de Remco Evenepoel, Gianetti mostrou-se admirado, mas não surpreendido. “Esperava vê-lo neste nível. Já o vimos realizar grandes exibições, embora com alguma irregularidade. Agora parece mais consistente, conhece melhor os seus limites. O que está a fazer é realmente impressionante. Parabéns a ele. Ser um perigo para o Tadej? Porque não? Talvez ainda esteja um pouco pesado para as grandes montanhas, mas temos de estar atentos a todos”, concluiu.