Será
Mathieu van der Poel capaz de conviver com
Tadej Pogacar nas subidas da
Liege-Bastogne-Liege? É uma questão para a qual encontraremos uma resposta no domingo, mas para Jan Boone, fisiologista da Universidade de Ghent, tudo se resume aos números.
"É, de facto, um tema quente na fisiologia desportiva", diz Boone em conversa com o Sporza, antes do confronto deste domingo na Liege-Bastogne-Liege. "Um ciclista profissional pode facilmente fornecer uma potência muito elevada uma vez. A dificuldade está em continuar a fornecer essas potências elevadas."
"Numa corrida de 250 km com muitas inclinações, há naturalmente um declínio no desempenho. Hoje em dia, os melhores ciclistas do mundo conseguem limitar bastante esse declínio e é precisamente aí que reside a força de Mathieu van der Poel", continua Boon. "Quando subiu o Oude Kwaremont pela terceira vez na Volta à Flandres, fê-lo logicamente com uma potência ligeiramente inferior. A grande diferença em relação a um ciclista normal: o seu declínio é muito menor."
No entanto, quando se trata de lutar com Tadej Pogacar, provavelmente o melhor ciclista do mundo, até van der Poel pode estar em desvantagem. "As colinas das Ardenas têm entre 5 e 10 minutos de esforço. Isso pode estar mesmo no limite dos esforços de subida que são demasiado longos para Mathieu", conclui Boone. "O leve Pogacar tem uma vantagem com uma relação potência/kg mais elevada, mas não é impossível."
