Na Volta a França de 2023, Mathieu van der Poel foi utilizado principalmente como lançador para os sprints do seu colega de equipa na Alpecin-Deceuninck e vencedor da Camisola Verde, Jasper Philipsen. Mas será que desta vez o campeão do mundo vai ter mais oportunidades para si próprio?
De acordo com o especialista em ciclismo belga do Sporza, Jose De Cauwer, a Volta a França de 2024 poderá ser a altura de van der Poel brilhar. "Será a mesma coisa, mas agora ele vai querer ganhar uma etapa na Volta. Vai tentar coisas, vai tentar ganhar a etapa da gravilha", diz De Cauwer em conversa com o Sporza Daily. "Embora ache que ele não vai apontar a uma etapa em concreto, porque irá sobretudo ver o que acontece. Provavelmente ainda nem leu o roadbook de uma ponta à outra. O Philipsen talvez o tenha feito, mas o Van der Poel não."
O facto de Philipsen e van der Poel estarem novamente juntos no alinhamento da Alpecin-Deceuninck fará com que o holandês tenha de voltar a mostrar a sua perícia na liderança do comboio da equipa, admite De Cauwer. "Quando se tem alguém que pode dar tanto. Ele já tem na cabeça os Jogos Olímpicos. Se possível, irá tentar ganhar uma ou duas etapas, mas de resto ajudará a equipa."
As cabeças de Mathieu e Wout já estarão nos Jogos Olimpicos?
Embora a Volta à França seja sempre um grande acontecimento, o principal objetivo de van der Poel este ano continuam a ser os Jogos Olímpicos de Paris, no final do verão. Na luta pela medalha de ouro, De Cauwer acredita que o velho rival de van der Poel, Wout van Aert, surgirá de novo como o seu maior adversário. No entanto, ultimamente, a diferença entre os dois em batalhas frente a frente tem sido gritante, com De Cauwer a referir o Campeonato do Mundo de Glasgow como exemplo.
"Aconteceu ali qualquer coisa. O Van der Poel correu com toda a gente e fez-se luz sobre o facto de ele ter usado o Tour como preparação. Ele foi devastador. Acreditem em mim, isso desencadeou uma reacção em alguns homens", conclui o belga. "O Van Aert pode fazer um trabalho perfeito, mas depois tem de enfrentar as colinas e fazê-las em poucos minutos. Não se começa por correr 150 quilómetros para depois se deixar cair nos últimos 20 quilómetros. Caberá ao Van Aert decidir" conclui.