Esposa de Primoz Roglic recorda "com dor" um dos piores anos da carreira do esloveno!

Ciclismo
domingo, 25 maio 2025 a 5:00
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No meio da intensidade da Volta a Itália de 2025, a voz serena de Lora Roglic Klinc oferece um contraponto comovente ao mundo implacável do ciclismo profissional. Numa entrevista ao Sportal, por ocasião do lançamento do seu segundo livro, a mulher de Primoz Roglic abordou temas que ultrapassam a luta pela Camisola Rosa ou os segundos de bonificação: o equilíbrio entre carreira e vida familiar, o desgaste emocional das quedas e lesões, e a importância de relativizar as vitórias e derrotas.
"Quando não tínhamos filhos, tudo era simples", começa Lora. "As vitórias sucediam-se umas às outras e depois pensa-se que vai durar para sempre. Mas não dura. E com o tempo, apercebemo-nos de que não importa se ganhamos ou não. As nossas vidas não vão acabar com o fim da carreira do Primoz. Nós os quatro, como família, vamos continuar juntos e isso é o que realmente importa."
A afirmação, vinda de quem acompanha de perto um dos ciclistas mais bem-sucedidos da última década, ilustra a forma como a família Roglic vive o ciclismo. Apesar dos cinco triunfos em Grandes Voltas e de uma carreira que o coloca como um dos grandes corredores da última geração, a ausência de uma vitória na Volta a França, o único objetivo em falta na sua carreira, não é um fardo. Pelo menos, não fora do pelotão.
No entanto, houve momentos duros. Lora admite que o verão de 2022 foi um dos mais difíceis. "O Primoz caiu na Volta a França, lesionou-se e depois retirou-se da prova. Quando tudo voltou a acontecer na Vuelta (outra queda, outra desistência) foi realmente demasiado para mim. Estava grávida e foi um verdadeiro desastre hormonal. Foi um período que ainda guardo com dor."
As palavras revelam a outra face da alta competição: a pressão e o desgaste não recaem apenas sobre os ciclistas, mas também sobre as famílias. Para proteger os filhos desse ambiente, a família opta por não ver as corridas de Roglic na televisão. "Às vezes, os comentadores não têm palavras felizes sobre o Primoz. Não quero que os meus filhos estejam expostos a isso."
Ainda assim, a ligação à estrada continua. O pequeno Lev, o filho mais velho, acompanha o pai quando pode — e com uma simplicidade desarmante. "Ficou contente depois do contrarrelógio em que o Primoz foi 17º", conta Lora. "Para nós, o resultado nunca é o mais importante. Tentamos ensinar aos nossos filhos que o que conta é dar o nosso melhor. Se alguém for melhor, devemos saber reconhecer e felicitar."
No final, o legado de Primoz Roglic não se mede apenas por pódios, camisolas ou recordes. Mede-se também pela serenidade com que a sua família aprendeu a viver com a glória, com os infortúnios e com tudo o que está entre eles. Porque, como Lora resume com sabedoria, “ganhar é bom, mas continuar juntos é tudo.”
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