O projeto de transformar
Ben Turner num sprinter tem dado frutos inesperados à
INEOS Grenadiers. Esta terça-feira, o britânico alcançou em Voiron a maior vitória da sua carreira, o terceiro triunfo como profissional, numa
Volta a Espanha 2025 que tem sido tudo menos tranquila para si.
“Não sei o que dizer, para ser sincero. Está a ser uma semana louca. Queria vir para a Vuelta, mas tenho tido problemas na perna desde o Giro. A equipa acreditou em mim e eu estava no Renewi Tour quando me disseram que precisavam de mim”, relatou, ainda incrédulo após cortar a meta. O seu percurso rumo à corrida espanhola foi invulgar, já que entrou como substituto de Lucas Hamilton, afastado por doença, a pouco mais de 24 horas do arranque da prova.
Do Renewi directamente para a Vuelta
“As últimas 24 horas foram bizarras. Estava a andar a todo o gás no Renewi Tour e, na quinta-feira à noite depois da 2ª etapa, recebi a mensagem a dizer que precisavam de mim na Vuelta. Não foi problema, voei na sexta-feira de manhã e aqui estou. É duro, mas isto é ciclismo, um desporto em que temos de aparecer quando somos precisos. O que fiz foi repor a concentração e dar tudo pelo novo objetivo”, contou Turner.
Apesar da chamada de ultima hora, os primeiros dias não foram fáceis. “Faria tudo para disputar estas corridas, é uma sensação incrível. Fiquei destroçado no primeiro sprint quando a corrente saltou, mas hoje acreditei mesmo em mim, senti-me muito bem durante todo o dia”, confessou.
Na 3ª etapa, Turner colocou-se ao serviço de Filippo Ganna, lançando o italiano para o sprint na chegada em subida, mas o campeão do mundo de contrarrelógio não conseguiu acompanhar os melhores. Assim, na 4ª etapa, o plano voltou a colocar Turner como aposta da equipa para a chegada em pelotão.
Depois de ter vencido uma etapa e conquistado dois segundos lugares na recente Volta à Polónia, em finais explosivos semelhantes, o britânico surgia como candidato, embora as presenças de Mads Pedersen e Jasper Philipsen reduzissem teoricamente as suas hipóteses. Porém, um erro de posicionamento da Alpecin-Deceuninck abriu-lhe espaço e Turner respondeu com um sprint perfeito, selando uma vitória emocionante.
“Não sei o que dizer, só posso agradecer aos meus colegas. Tinha os melhores homens à minha volta e confiei no plano. Foi perfeito, foi o final perfeito para mim”, resumiu, emocionado, após a maior conquista da sua carreira.