Pogacar começou forte, passando o primeiro ponto intermédio com um tempo próximo dos melhores, mas Evenepoel rapidamente impôs o seu ritmo: 45 segundos de vantagem logo no primeiro controlo. À medida que os quilómetros avançavam, a diferença cresceu para mais de um minuto, tornando evidente que o tricampeonato estava bem encaminhado.
“O Pogacar não foi apenas ás cordas, ele caiu aqui. O Evenepoel pode atirá-lo ao chão com mais alguns golpes de pedal”, comentou Rob Hatch na TNT Sports, enquanto o cronómetro confirmava a superioridade do belga.
Pouco antes da meta, o momento mais simbólico: Evenepoel alcançou e ultrapassou Pogacar na estrada, uma reviravolta com sabor a desforra depois de no último verão, o esloveno o ter superado no contrarrelógio montanhoso da Volta a França em Peyragudes.
“Registem este momento para a posteridade”, exclamou Hatch. “Este é
Tadej Pogacar, o GOAT moderno, batido pelo seu rival por dois minutos e meio.”
Aniversário amargo para Pogacar
No dia em que completou 27 anos, Pogacar sonhava oferecer a si próprio a Camisola Arco-Íris. O percurso montanhoso de Kigali, à partida, parecia talhado para as suas caraterísticas, mas o brilho habitual do esloveno nunca apareceu.
“Hoje só se falava que Pogacar poderia fazer isto num percurso que lhe agradasse. Mas o
Remco Evenepoel apareceu e destruiu completamente o Pogi. Esta é uma derrota humilhante para Tadej Pogacar”, reforçou Hatch em directo para a televisão.
Pogacar, surpreendido pelo belga, só o pôde elogiar:
“Estou desapontado por o Remco me ter apanhado, mas ele foi tão rápido… é incrível como ele é bom nesta disciplina. Chapeau ao Remco, a sério. Que prova a dele.”
Para agravar o dia do esloveno, a medalha de bronze escapou-lhe por apenas um segundo, com Ilan van Wilder a completar o pódio atrás de Evenepoel e do australiano Jay Vine, segundo classificado. Isaac Del Toro terminou em quinto.
Com esta vitória, Evenepoel assina uma tripla histórica, reforçando o estatuto de referência absoluta no contrarrelógio e deixando em Kigali um momento icónico: o dia em que apanhou em plena estrada o campeão da Volta a França.