Pela 20.ª vez na sua carreira,
Tadej Pogacar celebrou uma vitória numa etapa da
Volta a França. Poucas, se é que alguma, foram tão marcantes como o recital dado esta quinta-feira na 12.ª etapa da edição de 2025, onde o líder da
UAE Team Emirates - XRG pulverizou Jonas Vingegaard nas rampas do Hautacam, ganhando-lhe mais de dois minutos.
A cerca de 12 quilómetros do topo da subida final, Pogacar lançou um ataque explosivo que deixou de imediato Jonas Vingegaard fora de combate. A partir daí, o esloveno aumentou o ritmo de forma constante e demolidora. Quando cortou a meta no alto do Hautacam, Pogacar levava 2 minutos e 10 segundos de vantagem sobre o bicampeão da Volta a França. As implicações para a geral são profundas: o esloveno reassume a liderança da corrida, herdando a camisola amarela de Ben Healy e dispõe agora de 3:31 sobre Vingegaard.
"Fizemos um excelente trabalho. A equipa correu muito bem. Um aplauso também para o Ben Healy e para a EF. Tentaram defender a camisola e mostraram um grande espírito. Além disso, a Uno-X estava a lutar pela sua própria classificação geral", refletiu Pogacar na entrevista pós-etapa, visivelmente mais animado do que no dia anterior, quando foi vitima de uma queda. "Foi um dia difícil para todos, mas no final estávamos muito fortes. Já tínhamos esta etapa em mente há bastante tempo e conseguimos executá-la tal como planeado."
Pogacar está de volta à Amarela
Pogacar dedicou também o triunfo a Samuele Privitera, o jovem de 19 anos da Jayco que faleceu tragicamente na quarta-feira durante uma corrida em Itália. "Penso que esta etapa pode ir para o Samuele e para toda a sua família, porque é muito triste", afirmou o esloveno. "Foi a primeira coisa que li esta manhã e no último quilómetro, estava a pensar nele e em como este desporto pode ser duro e em quanta dor pode causar."
Apesar da carga emocional, a etapa ficará inevitavelmente marcada como um ponto de viragem na Volta a França 2025. Pogacar não só venceu, como pode muito bem ter selado a conquista da corrida ainda antes dos Alpes. "Eu sabia, desde a primeira vez que subi o Hautacam. Quando fiz o reconhecimento vi que era uma subida super agradável. Estava ansioso por esta etapa desde então e a primeira vez que aqui competi foi em 2022", recordou, aludindo ao revés que viveu há três anos.
"Para a geral, naquela altura estava a tentar partir a corrida para recuperar a camisola amarela, mas a Jumbo era demasiado forte. Quase já me tinha esquecido disso. Estava muito motivado para hoje e muitas pessoas diziam-me: 'Este é o momento da vingança, blá blá blá'. Depois, quando chegámos à inicio da subida, o cenário era o oposto do de há uns anos, com um belga na frente e a nossa equipa a controlar. Estou realmente muito feliz por ter ganho tempo e por ter triunfado nesta montanha."