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INEOS Grenadiers, uma das equipas mais icónicas do ciclismo moderno, poderá sofrer uma transformação profunda já a partir de 2026, pois há rumores que apontam para uma possível fusão com a equipa francesa
TotalEnergies. Segundo o The Times, o acordo multimilionário está em fase avançada de negociação, prevendo-se um anúncio oficial nos próximos meses.
Esta potencial fusão surge num momento de transição delicada para a estrutura britânica, outrora dominadora do pelotão World Tour com triunfos de Bradley Wiggins, Chris Froome ou Egan Bernal, mas que nos últimos anos tem sido eclipsada pelo domínio da UAE Team Emirates - XRG e da Team Visma | Lease a Bike. A época de 2024 foi particularmente decepcionante e apesar de melhorias visíveis neste arranque de 2025, o futuro da equipa parece encaminhar-se para uma redefinição profunda.
As primeiras indicações da fusão surgiram através do 'Escape Collective' de março e ganham agora força com a revelação do The Times. O acordo reflete não apenas o cenário actual do ciclismo, mas também uma reorientação do investimento desportivo de Sir Jim Ratcliffe, homem forte da INEOS, que passou a centrar-se sobretudo no Manchester United, clube do qual passou a deter uma parte significativa da estrutura directiva.
Em 2024, Ratcliffe suspendeu o patrocínio à federação de râguebi da Nova Zelândia e iniciou um plano de racionalização de custos em Old Trafford. O ciclismo poderá ser o próximo alvo desse redimensionamento.
"É justo dizer que a INEOS não quer gastar mais dinheiro", reconheceu John Allert, CEO da equipa, à Cycling Weekly. "Depende inteiramente do que acontecer com este acordo comercial. Eles querem claramente que sejamos uma super equipa e sabem o que isso implica. Não vou quantificar, mas é um valor superior ao que gastamos actualmente."
Este potencial acordo ganha ainda mais relevância tendo em conta o momento de viragem na identidade da equipa: Tom Pidcock abandonou a formação após uma temporada difícil, Geraint Thomas está em final de carreira e o plantel carece de uma nova liderança clara para as Grandes Voltas. Uma fusão com a TotalEnergies, que é uma estrutura com ambições crescentes, mas sem histórico de protagonismo em Grandes Voltas, poderia oferecer estabilidade financeira e sinergias estratégicas, ainda que coloque em causa o legado e a identidade da INEOS como força dominante do início da década passada.
O futuro da INEOS Grenadiers, que há poucos anos controlava a Volta a França com braço de ferro, está agora em aberto e poderá em breve integrar um novo projeto binacional, com novos rostos, novo orçamento e muito possivelmente, uma nova filosofia desportiva.