A Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) anunciou hoje a rescisão unilateral do contrato de concessão para a organização e exploração comercial da
Volta a Portugal em Bicicleta, celebrado em 2017 com a empresa Podium Events. A decisão, que tem efeitos imediatos, surge após o incumprimento repetido das obrigações contratuais e de pagamento por parte da Podium Events, situação que se agravou ao longo do último ano. A FPC tentou, por várias vezes, resolver o problema de forma amigável, mas a falta de cumprimento das responsabilidades financeiras tornou insustentável a continuidade do vínculo.
Uma rescisão inevitável
O contrato que vigorava teria o seu término apenas no final da Volta a Portugal de 2026. Contudo, a persistência do incumprimento contratual por parte da Podium Events retirou à Federação Portuguesa de Ciclismo a possibilidade de manter o acordo. Com isso, a FPC optou por tomar medidas imediatas para proteger o interesse público, o ciclismo português e a própria Volta a Portugal, que é considerada a principal prova do calendário nacional de ciclismo.
Além da rescisão com a Podium Events relativamente à Volta a Portugal, a decisão abrange também a organização da Volta ao Alentejo e da Volta a Portugal do Futuro, que estavam igualmente incluídas no contrato de concessão. A FPC, embora tenha reconhecido o trabalho desenvolvido pela empresa, sublinhou que o cumprimento das obrigações contratuais era essencial para garantir a continuidade e o sucesso das competições.
O futuro da Volta a Portugal: um novo modelo em construção
Em comunicado, a Federação Portuguesa de Ciclismo reiterou o seu compromisso com a valorização, modernização e internacionalização do ciclismo nacional. O organismo afirmou que, em breve, tomará as decisões necessárias para definir o novo modelo de organização da Volta a Portugal e das demais provas que estavam sob a responsabilidade da Podium Events. A principal prioridade será assegurar que a Volta a Portugal continue a afirmar-se como um evento de excelência no ciclismo mundial.
Com a rescisão do contrato, abre-se agora um período de transição, no qual a FPC terá de redefinir a estrutura de organização da prova e explorar novas soluções que garantam a continuidade da Volta a Portugal com o mesmo nível de prestígio e visibilidade que caracteriza esta competição histórica.
O impacto no ciclismo português
A Volta a Portugal, que existe desde 1927, é uma das mais tradicionais competições de ciclismo do mundo e a principal prova de estrada do país. Organizada anualmente, a corrida assume um grande significado para os ciclistas, equipas, patrocinadores e para o público em geral, que acompanha com entusiasmo cada edição.
A saída da Podium Events, após um ciclo de sete anos, levanta a questão de quem assumirá a responsabilidade de organizar a competição nas próximas edições. A FPC, com a sua rescisão, está agora a trabalhar para garantir que a Volta a Portugal continue a ser uma vitrina de classe mundial para o ciclismo em Portugal.
As expectativas em torno do futuro da prova são altas, e será essencial garantir que o evento continue a evoluir, com novas propostas que atraiam mais adeptos e patrocinadores. A modernização e internacionalização, mencionadas pela FPC, são aspectos que, com certeza, terão um grande impacto na forma como a Volta a Portugal será encarada nos próximos anos.