"Foi uma pena não ter podido correr os 27 km" João Almeida lamenta o encurtamento do CRI para tentar reduzir a diferença para Vingegaard

João Almeida encurtou a diferença para Jonas Vingegaard na classificação geral da Volta a Espanha 2025. No contrarrelógio de Valladolid, o português da UAE Team Emirates - XRG foi 10 segundos mais rápido do que o dinamarquês da Visma | Lease a Bike e está agora a apenas 40 segundos da liderança, com a Bola del Mundo a perfilar-se como o último grande palco de todas as decisões.

No final da etapa, Almeida mostrou-se satisfeito com a sua exibição, apesar de lamentar que o percurso original de 27 quilómetros tenha sido reduzido para apenas 12, por razões de segurança: “Fiz o melhor que pude. Foi um esforço que não me favoreceu muito. Foi uma pena não termos corrido os 27 quilómetros, mas é mesmo assim.”

Ainda assim, recusou entrar em especulações sobre o que poderia ter acontecido com o traçado inicial: “Nunca saberemos. A vida é baseada em factos e não podemos dizer nada sobre o que poderia ter acontecido, temos de estar muito satisfeitos com o resultado. Senti-me muito forte. Não podemos pensar demasiado nisso.”

Almeida deixou claro que não vai usar o encurtamento da etapa como desculpa, preferindo focar-se no que ainda pode alcançar: “Somos ciclistas, temos de nos adaptar a todos os tipos de cenários. A corrida ainda não acabou.”

Questionado sobre a possibilidade de conquistar a Vuelta, manteve a cautela mas também a determinação: “Tenho a mesma confiança do primeiro dia. Há que tentar todos os dias, alguns são melhores, outros piores, é igual para todos. Controlar o que podemos controlar e fazer o melhor que pudermos.”

O contexto extradesportivo voltou, no entanto, a marcar a etapa. A ameaça de protestos pró-palestina forçou a organização a alterar o percurso, impedindo que Almeida tivesse a oportunidade de reduzir ainda mais a diferença para Vingegaard. As sensações recentes do dinamarquês não têm sido as melhores, mas a incógnita mantém-se: nunca se saberá se teria conseguido terminar à frente do português num esforço mais longo.

Tudo aponta agora para a Bola del Mundo, no sábado, como último terreno para alterar a geral. Mas a incerteza paira no ar: para além da dureza da subida, há também o risco de novos protestos, tanto pró-palestinianos como ambientalistas, que podem condicionar novamente a corrida.