Fusão Intermarché–Wanty/Lotto complica a vida a Girmay: a UCI e a Israel–PT no xadrez para 2026

Quase no final de Outubro, Biniam Girmay, um dos sprinters mais populares e vencedores do pelotão, continua sem anunciar publicamente qual o seu destino para 2026. Não por falta de propostas, mas porque a fusão Intermarché–Wanty / Lotto criou um cenário jurídico que pode ter colocado em causa o acordo que o ciclista Eritreu tinha para a próxima época.

Depois de dois anos de crescimento sustentado, 2024 foi a temporada de afirmação total: três etapas e a Camisola Verde na Volta a França. Girmay tinha renovado com a Intermarché, ficando com um salário bastante elevado e também como líder dentro da estrutura. Porém, com a fusão com a Lotto este inverno, o quadro altera-se: a equipa resultante opera sob licença Lotto, o que deixou vários ciclistas das duas estruturas sem um vínculo de trabalho que seja claro.

O contrato de Girmay, anunciado internamente até 2028, poderá não ter validade na nova entidade desportiva. Em paralelo, tem circulado a informação de que a UCI poderá estar a bloquear a sua saída enquanto o processo de fusão não fica fechado administrativamente, o que manteria o sprinter no limbo até haver uma confirmação oficial.

Há um mês e meio, o agente Alex Carera (que gere também Pogacar, Uijtdebroeks, Philipsen, entre outros) assegurou que havia acordo para 2026. Porém não surgiram detalhes públicos sobre o mesmo. Chegou a apontar-se a Israel–Premier Tech como destino provável de Girmay, mas o dossier terá ficado em banho maria durante a Vuelta. Desde então, a estrutura tomou uma posição perante o patrocinador/proprietário, reconfigurou o projeto e anunciou várias entradas e renovações, sem surgir o nome de Girmay. Resta perceber se a equipa ainda está interessada ou se o processo ficou parado pela calendarização da fusão.

O desfecho poderá ficar clarificado em novembro, quando a fusão tiver carimbo definitivo. A partir daí, haverá dois caminhos possíveis: integração no novo projeto Lotto com condições renegociadas, ou transferência imediata para outra equipa caso a UCI liberte o corredor. Até lá, Girmay, um ativo premium do mercado, permanece como uma peça valiosa para colocar no puzzle de 2026.