Geraint Thomas fala sobre a má época da INEOS Grenadiers: "Fala-se muito em orçamento, mas na UAE, é ilimitado"

Geraint Thomas e Luke Rowe voltaram a falar no seu podcast e, desta vez, tentaram justificar a difícil época da INEOS Grenadiers, deixando claro que o orçamento da UAE Team Emirates é muito superior ao deles e falando de Egan Bernal como a causa (não intencional) da má situação desportiva da equipa.

"Não temos o maior orçamento do pelotão, de todo", disse Thomas durante o mais recente episódio de Watts Occuring. O galês deixa bem claro que a UAE tem muito mais dinheiro do que o resto do pelotão e dá a entender que é difícil competir assim. "Não vou entrar em pormenores, mas sei qual é o orçamento da equipa para os ciclistas e sei qual foi o orçamento da equipa da UAE e não está muito longe disso. O que é irrealista. O total para 30 ciclistas e depois a UAE... são uns bons... Não sei de cabeça, mas 80% do nosso orçamento foi gasto em oito ciclistas da UAE. Fala-se muito em orçamento, mas na UAE, é ilimitado".

Há rumores de que a Emirates tem um orçamento de cerca de 60 milhões de euros e a INEOS de 50 milhões de euros por época. As perdas de ciclistas como Adam Yates, Richard Carapaz, Tao Geoghegan Hart, Richie Porte, Daniel Martínez e Dylan van Baarle fizeram com que os resultados baixassem globalmente. Egan Bernal era a grande aposta da equipa, mas logo após ter assinado um grande contrato, sofreu um acidente que o colocou em risco de vida.

Rowe, por seu lado, explicou que parte dos problemas da INEOS residem no facto de que, quando estava a começar a receber o seu contrato de alta competição, Egan Bernal teve um grave acidente, o que torna complicado para eles adequar-se para outro grande líder. "O que muita gente esquece é que todas as equipas têm um grande líder e constroem a equipa em torno desse ciclista. Assim, a Alpecin apoia e paga bem a Mathieu van der Poel, a UAE tem o Pogi e constrói a equipa em torno dele, a Visma constrói a equipa em torno de dois tipos como o van Aert e o Vingegaard."

"Na altura, o nosso homem era o Egan Bernal. Era o Froomey, eras tu [Geraint Thomas], e depois eras tu e o Egan, mas ele era o tipo que tinha acabado de ganhar a Volta a França, dois anos mais tarde o Giro e depois assinou o seu contrato chorudo que ocupou um orçamento enorme - e justificou cada cêntimo - e depois meteu-se na parte de trás de um autocarro e teve um acidente horrível".

Desde então, Bernal regressou a um nível elevado e chegou mesmo a terminar no pódio de algumas grandes corridas este ano, mas não tem tido nem de perto nem de longe os mesmos resultados nas Grandes Voltas e uma grande parte disso deve-se também ao facto de, nos últimos anos, o nível ter aumentado entre os trepadores e o de Bernal não.

Então, "eles têm um orçamento enorme, para onde é que vai tudo?" Bem, apoiamos o nosso cavalo, certo? Escolhemos o nosso corredor, pagamos-lhe bem e dizemos que é esse o tipo que vai ter sucesso e construímos a equipa à volta dele. Em janeiro do primeiro ano de um contrato de quatro anos, ele teve uma lesão horrível. Por isso, é fácil supervisionar as coisas e dizer que têm um grande orçamento e não têm resultados, mas infelizmente um tipo lesionou-se e ainda está a recuperar, mas... que se lixe", explicou Rowe.