Geraint Thomas sobre Pogacar na Liège: "Ele veio falar comigo sobre o seu novo relógio e eu ali a 420 watts a tentar respirar"

Ciclismo
domingo, 04 maio 2025 a 23:34
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Sempre direto e com olhar atento sobre o que se passa no pelotão, Geraint Thomas esteve presente na última edição da Liege-Bastogne-Liege e partilhou algumas impressões sobre o domínio de Tadej Pogacar, as movimentações da INEOS Grenadiers e a forma discreta como Jonas Vingegaard prepara a Volta a França.
Sobre o Campeão do Mundo, Thomas foi perentório: "Não havia qualquer hipótese de ele ser derrotado. Ouvi-o dizer depois que quem achava que ele tinha perdido força depois da Amstel Gold Race não percebe nada de ciclismo. E eu concordo: podem perceber de ciclismo, mas não percebem o que é o Pogacar." Para o galês, o ataque em La Redoute e o domínio absoluto em Liège foram um déjà-vu da edição anterior: "A forma como ele venceu foi praticamente igual ao que fez há um ano."
Logo nos primeiros quilómetros, Thomas teve a confirmação de que Pogacar estava num plano diferente: "A corrida começou logo com subida e estávamos a rodar a mais de 400 watts. De repente, ouço 'Hi G Thomas'... era o Pogacar. Começa a pedalar ao meu lado e a falar sobre um novo relógio Richard Mille que queria ver no dia seguinte. E eu ali, a 420 watts, a tentar respirar. Ele estava só a meter conversa. Está mesmo noutro nível."
A INEOS tentou endurecer a corrida desde cedo com Bob Jungels e Tobias Foss, mas a iniciativa não teve o efeito desejado. "Esperávamos que alguém se juntasse a nós e obrigasse a Emirates a trabalhar. Mas ninguém o fez. O Foss ainda passou por um setor de gravilha. Não quero criticar ninguém, mas talvez não tenha sido a melhor forma de gastar energias. Podíamos ter guardado forças para a La Redoute."
Sobre a atuação da equipa, Thomas foi honesto: "Se viram na televisão, provavelmente não foi bonito. Houve uma fuga, dois dos nossos tentaram segui-la, foram apanhados, e depois o Pogacar atacou sentado no selim… e pronto, acabou a corrida."
No seu podcast, Thomas comentou ainda o estado atual de Jonas Vingegaard, que não corre desde a queda no Paris-Nice e está a cumprir um plano de preparação silencioso, atualmente nos Pirenéus, a reconhecer etapas do Tour.
"Gosto do mistério à volta do Jonas. Vai fazer o Dauphiné e o Tour. Eles seguem o plano, tudo à porta fechada. Que especulem, nós estaremos lá se for preciso. O ciclismo também precisa disso, de um bom Vingegaard. Porque é que ele há-de dizer às pessoas o que vai fazer? O Roglic também é assim. Guardam tudo para eles. E isso é fixe."
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