A notável ascensão de
Isaac Del Toro em 2025 transformou o panorama do ciclismo mexicano e já inspira conversas internacionais sobre a possibilidade de levar uma corrida de alto nível para o seu país natal. O jovem talento surpreendeu o mundo em maio, quando partiu para a Volta a Itália como gregário do líder da Emirates, Juan Ayuso, mas acabou por vestir a Camisola Rosa e mantê-la até à 20ª etapa. No duríssimo Colle delle Finestre foi superado por Simon Yates, terminando em segundo lugar da geral e como vencedor da Camisola Branca. Um desempenho que levou Tadej Pogacar a descrevê-lo como “o futuro do desporto”.
O impacto de Del Toro motivou os organizadores do GP do Quebeque e Montreal a explorarem a expansão para o México. Sebastien Arsenault, responsável pelas corridas canadianas, admitiu que a popularidade do jovem abriu novas perspetivas. "Estou convencido de que se eu estivesse envolvido na criação de um tal evento, e digo isto com todo o respeito e humildade, a
UCI me apoiaria", afirmou em declarações à Wielerflits.
Arsenault destacou o peso da estrela mexicana como catalisador para o projeto. "Não posso falar pelos americanos e pela organização deste tipo de eventos, mas penso que há espaço na América. Também poderia ser facilmente no México, porque eles têm Isaac Del Toro, que já é uma superestrela e ainda é extremamente jovem, então por que não colaborar com o México? Estou atualmente a discutir uma joint-venture para ver se há uma oportunidade. Estou convencido de que, se eu estiver envolvido, a UCI apoiar-me-á. Tal como outras partes da comunidade do ciclismo."
Uma prova mexicana no calendário World Tour seria um marco para o país, que não recebe corridas de estrada de topo desde o fim da Volta ao México, em 2015. "Se queremos realmente progredir com as corridas mexicanas, penso que este pode ser um ótimo próximo passo", reforçou Arsenault.
Entretanto, Del Toro continua a justificar o entusiasmo. Recentemente venceu três corridas em Itália e surge já como um dos poucos ciclistas capazes de desafiar Pogacar nos próximos Campeonatos do Mundo, no Ruanda. O seu sucesso não só elevou o ciclismo mexicano a um patamar inédito, como fortalece o argumento para que o país volte a ter uma corrida capaz de atrair as maiores figuras do pelotão internacional.