“Parece-me uma grande contratação” A UAE começou a trabalhar com o seu novo reforço

Ciclismo
sábado, 15 novembro 2025 a 14:30
benoitcosnefroy
Benoît Cosnefroy mal teve tempo para pendurar o equipamento da Decathlon AG2R e a UAE Team Emirates - XRG já começou a moldar o francês para o próximo capítulo da carreira. Depois de uma temporada de 2025 arrasada por lesões, o ciclista de 30 anos procura um reset completo e segundo o CEO Mauro Gianetti, os primeiros sinais sugerem que a mudança pode tornar-se uma das aquisições mais inteligentes do inverno.
A transferência de Cosnefroy para a UAE fez-se rapidamente. Apesar de ter passado toda a carreira profissional na estrutura francesa, foi ele que deu o primeiro passo e entrou em contacto com a equipa número um do mundo. “Na realidade foi o agente dele que nos contactou, dizendo que estava disponível e que gostaria de correr connosco”, explica Gianetti em conversa com a Bici.Pro. “Nessa altura, perguntámos o que queria vir cá fazer, o que esperava e a resposta dele foi importante.”
Essa resposta convenceu de imediato a formação dos Emirados. “Correr convosco dar-me-ia uma enorme motivação. Sou francês, mas não tenho a obsessão ou fixação pela Volta a França. Quero estar na equipa número um do mundo para crescer como atleta… Sei que me podem dar o suporte técnico de que preciso para melhorar e estou pronto para ajudar a equipa”, disse-lhes Cosnefroy, acrescentando que, se o percurso favorecer e a forma aparecer, estaria “pronto para jogar as minhas cartas”.
Era exatamente a atitude que a UAE procurava. “Honestamente! Mostrou de imediato qualidades pessoais notáveis e isso agradou-me muito”, diz Gianetti.

Direto à oficina da Colnago

Embora o calendário só seja definido em dezembro, a UAE não perdeu tempo a iniciar a integração de Cosnefroy. O francês já visitou a fábrica de bicicletas que a equipa usa, fazendo um bike feet com a sua nova Colnago.
“Começámos com uma abordagem suave. Primeiro reproduzimos as medidas da bicicleta antiga e adaptámo-las à Colnago, mas já fizemos pequenos ajustes ao seu posionamento. O resto virá com o tempo.”
Esses retoques marcam o início de um projeto que a UAE acredita poder reavivar um corredor que, nas últimas quatro épocas, se afirmou como um dos puncheurs mais perigosos do pelotão. Vitórias na Brabantse Pijl, múltiplos triunfos no Grand Prix du Morbihan, no Grand Prix Cycliste de Québec e na Bretagne Classic definiram Cosnefroy como um especialista em terrenos ondulados de clássicas, embora 2025 lhe tenha dado poucas hipóteses para se mostrar, devido aos problemas com um joelho a limitá-lo a apenas 13 dias de corrida.
Ainda assim, chega cheio de ambições. Já disse ao seu clube de fãs para não esperar uma convocatória para a Volta a França, sublinhando que entra na equipa mais forte do mundo com humildade e paciência e não por direito adquirido.
Essa postura ressoa fortemente em Gianetti. “A ideia de que um ciclista quer continuar a crescer, a experimentar, a melhorar, mostra que continua ligado. Provavelmente será usado sobretudo em funções de apoio no início… mas se o Benoît corresponder, terá absolutamente mais oportunidades.”
Cosnefroy é um ciclista de valor comprovado nas clássicas
Cosnefroy é um ciclista de valor comprovado nas clássicas

Substituir Covi e acrescentar uma nova dimensão

Do ponto de vista desportivo, Cosnefroy tem um lugar claro na estrutura. “É um corredor que, de certa forma, substitui Alessandro Covi: alguém que qualquer equipa gostaria de ter, porque pode ajudar mas também pode ganhar… Um ciclista destes rende tanto nas clássicas como nas provas por etapas de uma semana. Pode atacar, entrar em fugas e trabalhar a alta intensidade, sobretudo em terreno ondulado ou subidas de 10–15 minutos.”
Essa combinação de explosividade, inteligência tática e capacidade de trabalho, é precisamente o motivo pelo qual a UAE prevê uma integração fluida num plantel construído em torno de Tadej Pogacar. Nos dias recentes juntos nos Emirados, o staff viu um corredor já a abraçar a cultura da equipa.
“Ele estava encantado, tranquilo, satisfeito com a decisão que tinha tomado… Sentiu-se bem de imediato. Vi-o desperto, descontraído, a falar com todos. E creio que se divertiu. Estou confiante. Parece-me uma grande contratação.”

Um novo começo para um corredor que “ainda está vivo”

Para Cosnefroy, que admitiu ao La Presse de la Manche que as lesões “complicaram o mercado” e que esta transferência era “a última oportunidade para ficar ao mais alto nível”, a mudança é tanto um renascimento como uma oportunidade.
Gianetti vê exatamente isso. “Esta determinação é o que o mantém vivo e jovem, apesar de na próxima época se aproximar dos 31.”
A ser indicativo o trabalho inicial da UAE na sua posição e integração, o reset de Cosnefroy pode transformar-se num renascimento e um dos puncheurs mais consistentes do World Tour poderá em breve voltar a apontar às grandes clássicas, agora com as cores da equipa mais forte e mais vencedora do ciclismo da actualidade.
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