Jay Vine é um excelente trepador, mas é um ciclista que ainda está a aprender o caminho para o topo do ciclismo. Espera tornar-se um bom ciclista de Grandes Voltas e está a tentar concretizar essa ambição.
"Resumiria 2023 como um ano agitado. Muitas paragens e recomeços, mas espero ter um bom ritmo para 2024 e, se conseguir manter um bom janeiro durante o resto do ano, será bom", disse Vine numa entrevista à Cyclingnews. "Mostra a rapidez com que uma lesão pode mudar o ano. Mas estou contente com a forma como a época correu. No final do dia, consegui dois grandes objectivos meus - vestir a verde e dourada e vencer a Down Under, o que é incrível."
Vine começou a sua passagem pela
UAE Team Emirates e pelo World Tour de forma brilhante, vencendo os campeonatos nacionais de contrarrelógio e depois o Tour Down Under. Parecia ser o início de algo grandioso, mas o seu ano de 2023 terminou aí. Ao longo da época, sofreu de inconsistências, algumas das quais relacionadas com acidentes que sofreu. Vine sofreu uma lesão no joelho que o tirou da Volta aos Emirados Árabes Unidos e depois não correu até ao Giro, onde só esteve ao seu melhor nível na 16ª etapa, quando apoiou João Almeida na vitória da etapa.
"Ainda estava frustrado depois do Giro, só queria fazer uma boa corrida", conta, depois de ter sofrido uma queda no início da etapa que lhe retirou quaisquer hipóteses de chegar à geral. O australiano caiu depois na Volta à Suiça e, mais uma vez, na Volta a Espanha. Foi uma época azarada e repleta de acidentes. Para terminar a época, o australiano partiu para a Volta à Turquia como principal favorito, mas teve um dia mau na etapa rainha. "Se for derrotado no dia por melhores ciclistas, isso é maravilhoso, mas eu só quero ser capaz de mostrar o meu melhor desempenho no dia e senti que, até à etapa 7 na Turquia, não fui capaz de o fazer". Na etapa 7, recuperou e conseguiu uma impressionante vitória a solo.
"Foi bom conseguir a vitória para a equipa, mas eu estava nessa corrida totalmente concentrado em 2024. Tudo o que fizesse nesta corrida era bom para o próximo ano e tudo o que pudesse tirar dela seria positivo", partilha. "Trabalhei muito, mesmo sem querer, por isso foi bom poder tirar alguma coisa daí". Agora, Vine recolhe-se, já com a mente em 2024, mas em breve vai também pôr o corpo a trabalhar, pois vai regressar ao Tour Down Under para tentar ganhar de novo, pelo que é provável que tenha de entrar na época em grande forma.
"Tenho muitas lições a aprender sobre a forma como a equipa corre nas Grandes Voltas, isso é o mais importante. Como apoiar um líder, como correr para um líder da classificação geral - porque nunca o fiz antes", continua, partilhando o seu objetivo final. "Já corri para sprinters, mas nunca o fiz para um líder da classificação geral, por isso, tenho de aprender como é que eles funcionam, como é que os posso apoiar nesse papel na Volta a França e, depois, estar ao nível necessário para poder fazer as minhas coisas. O Adam Yates provou no Tour o que um bom ciclista de CG pode fazer no apoio a um líder. Esperava tentar fazer algo semelhante, talvez não ao mesmo nível da Vuelta, mas algo semelhante, mas é esse o objetivo."
