Depois de dois anos de seca ao mais alto nível,
Jay Vine voltou a levantar os braços numa corrida World Tour. O australiano da UAE Team Emirates – XRG venceu esta sexta-feira a 3ª etapa da
Volta à Romandia 2025, com um ataque certeiro no último quilómetro da subida final para Cossonay, reafirmando-se como um dos nomes mais perigosos em chegadas duras.
“As primeiras duas horas foram muito, muito difíceis. Parecia que estava a ser controlado por um motor,” comentou Vine, referindo-se ao ritmo insano imposto no início da etapa. "Mas depois da segunda subida, a diferença para o Stefan Küng estava a cair e pensei 'OK, tenho de estar aqui na frente deste grupo para minimizar as diferenças de tempo, por isso mais vale ver o que consigo fazer e tentar'.
No entanto, com o suíço Stefan Küng ainda isolado na frente após a fuga, o pelotão começou a recuperar tempo e Vine percebeu que a sua hora estava a chegar. "É 1 km até ao topo da subida ou 1 km até à meta?", ri-se Vine
“Era provavelmente a minha oportunidade e o meu momento de atacar e aproveitei. Assim que passei a curva, sabia que a subida começava a ficar plana e descia novamente, por isso estava bastante seguro", explicou.
O australiano, que se prepara para iniciar a sua segunda Volta a Itália nos próximos dias, não desperdiçou a oportunidade: distanciou-se de Lenny Martinez e de João Almeida, que completaram o pódio, e somou a sua terceira vitória da temporada.
Mais do que um triunfo, a vitória representa o renascimento de um ciclista que lutou contra uma lesão na cervical em 2024 e que parecia ter perdido espaço no projecto da UAE. “É incrível. Foi um longo caminho de recuperação. São três vitórias até agora este ano e a minha primeira vitória no World Tour em muito tempo. Esta vitória é para a minha mulher e para o meu filho que estão a ver em casa”, confessou emocionado.
Com este desempenho, Vine subiu para 6.º na classificação geral, confirmando-se como mais uma peça importante para a UAE nos dias decisivos desta Romandia e também como potencial carta escondida para as três semanas que se avizinham na Corsa Rosa.