Jens Voigt faz uma antevisão da Volta a França 2025: “Só com força bruta ou um milagre se vence Pogacar”

Ciclismo
terça-feira, 24 junho 2025 a 16:30
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A Volta a França de 2025 aproxima-se a passos largos e, para Jens Voigt, poucas equipas estão verdadeiramente à altura do desafio que se avizinha. O alemão, que alinhou por 17 vezes na maior prova do calendário velocipédico mundial, partilhou a sua análise ao equilíbrio de forças antes do arranque da Grande Boucle, em conversa com o canal The Cycling Dane no YouTube.
O primeiro foco do ex-ciclista alemão recai sobre as formações mais poderosas do pelotão. Para Voigt, não há dúvidas: a UAE Team Emirates e a Team Visma | Lease a Bike destacam-se nitidamente. “Ambas têm orçamentos muito robustos. Penso que a UAE é mesmo a equipa com maior capacidade financeira de todo o pelotão. Isso permite-lhes não só preparar as corridas ao mais alto nível, como contratar ciclistas de topo”, analisa. “Ter um Ayuso ou um Adam Yates como gregário é um luxo absoluto.”
No confronto directo com os Emirados, a equipa de Vingegaard não fica atrás, considera Voigt: “O Jonas também conta com uma equipa muito forte, por isso, em termos colectivos, penso que o duelo está equilibrado.” E nesse contexto, um nome pode fazer a diferença: “Se o Wout van Aert estiver em forma, é um trunfo determinante. Nas etapas planas ou de média montanha, pode posicionar o Jonas e protegê-lo de qualquer tipo de stress.”
Segundo Voigt, Van Aert poderá ser a chave para destronar Tadej Pogacar. “Se estiver na sua melhor versão, não há ninguém na UAE que possa cumprir tão bem esse papel. Não nos podemos esquecer que já venceu no Mont Ventoux, por isso é mais do que um simples sprinter ou rolador, também sobe muito bem”, sublinha. “Pode ser mesmo o factor chave para Vingegaard conquistar novamente Paris.”
Van Aert desempenhou um papel fundamental na vitória de Simon Yates no Giro
Van Aert desempenhou um papel fundamental na vitória de Simon Yates no Giro
Ainda assim, o antigo ciclista lembra que o belga também tem ambições pessoais. “É um problema de luxo. O Wout não é um ciclista qualquer. Claro que gosta de ajudar, mas também quer ter, no mínimo, um dia para si e lutar por uma vitória numa etapa”, reconhece. “Ele é uma das cinco superestrelas do ciclismo atual. Como é que se mantém toda a gente satisfeita num bloco tão forte? Essa gestão também não é fácil.”
Apesar do colectivo da Visma, há quem questione se será suficiente para travar o fenómeno Pogacar, que chega à Volta num estado de forma aparentemente muito bom. “Essa é a pergunta para um milhão de dólares”, diz Voigt entre risos. “O Tadej parece não ter pontos fracos. Quase nunca comete erros tácticos, raramente tem quedas e mesmo quando tem, recupera rapidamente. A equipa que o rodeia é sólida, ele é dominante nas montanhas…”
No entanto, Voigt não acredita que a vitória já esteja decidida. “Lembro-me de quando o Jonas lhe tirou um ou dois minutos numa das edições que venceu. Estava fortíssimo. Se conseguir voltar àqueles números, talvez possa ganhar tempo no contrarrelógio”, afirma.
Ainda assim, não esconde o grau de dificuldade da missão. “É muito difícil parar o Pogacar. No fundo, tudo se resume à força bruta. Ou tens a sorte de ele ter um dia mau, ou fazes uma jogada perfeita e consegues apanhá-lo desprevenido num abanico. Não acredito que as tácticas sejam suficientes contra ele e a UAE”, sentencia Voigt. “Por isso, sim… ou tens uma sorte tremenda, ou tens de ser mesmo muito mais forte.”
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