João Medeiros está a viver um momento de forma verdadeiramente notável. O ciclista açoriano da Credibom/LA Aluminios/Marcos Car conquistou a sua terceira vitória em apenas dez dias, ao impor-se na exigente 2.ª etapa do 5.º
GP Douro Internacional, numa jornada de consagração pessoal e superação desportiva. Aos 24 anos, Medeiros não só voltou a erguer os braços como ascendeu ao terceiro posto da geral, numa classificação liderada por Artem Nych (Anicolor-Tien 21), que reforçou a sua camisola amarela após mais uma excelente etapa.
O triunfo na etapa com final em Resende teve um sabor particularmente especial para Medeiros. Além de ser a confirmação de um excelente estado de forma, foi também o culminar de um longo e difícil processo de recuperação. Em declarações ao O Jogo, o jovem explicou os muitos contratempos que enfrentou nos últimos tempos: "No ano passado parti a bacia, a omoplata e o cotovelo em duas quedas diferentes. Em novembro fui atropelado". Apesar do sofrimento, manteve sempre a ambição acesa: “Incuti na cabeça que voltaria ao meu melhor”, confidenciou.
A sua atitude combativa ficou bem patente nesta segunda etapa, onde atacou desde cedo com o apoio fundamental do companheiro Hugo Nunes. “Provavelmente esta vitória é mais especial”, confessou, sublinhando que "nesta fui ao limite”. Os recentes sucessos, que incluem dois triunfos no GP Abimota, confirmam que João Medeiros é neste momento um dos corredores em destaque no pelotão nacional.
Na classificação geral, o açoriano ocupa agora o último lugar do pódio provisório, mas mantém os pés no chão quanto às suas ambições. Ciente da força do líder Artem Nych, não descarta nada, mas encara com lucidez a ultima jornada: “Enquanto há estrada, temos de acreditar. Posso não conseguir, até posso descer na classificação, mas quem não arrisca não petisca O Artem Nych está muito forte, sei que será difícil chegar a ele. Se não o conseguir, ficarei contente com o pódio, será o meu primeiro à geral”.
Foto: Igor Martins