Os trepadores ainda aguardam a sua oportunidade de brilhar na Volta à Itália 2025, depois de um início de corrida marcado por sprints e chegadas explosivas. Até agora, a única disputa direta entre os candidatos à geral ocorreu no quilómetro Red Bull, onde
Primoz Roglic bateu Juan Ayuso num final de alta intensidade. Contudo, segundo
Johan Bruyneel, essa dinâmica está prestes a mudar: "Isso vai mudar amanhã (hoje)," garantiu no podcast The Move.
O belga antecipou uma mudança de cenário na primeira etapa de alta montanha da Corsa Rosa, e apontou três nomes com possibilidades reais de triunfo: Primoz Roglic, Juan Ayuso e
Michael Storer.
No mesmo episódio, Spencer Martin questionou Bruyneel sobre o impacto do abandono de Jai Hindley nos planos da Red Bull – BORA – hansgrohe, sugerindo que a equipa perderia capacidade ofensiva. Bruyneel foi direto: "Não vão poder ser tão ofensivos, o Dani Martínez tem de aparecer, o Pellizzari tem muito trabalho pela frente, é forte, mas o Jai Hindley tem mais pedigree. Ganhou o Giro, foi camisola amarela no Tour, é uma grande perda."
A ausência de Hindley poderá mudar o plano tático da equipa de Roglic, nomeadamente se o esloveno voltar a assumir a camisola rosa. Para Bruyneel, a etapa de hoje é uma excelente oportunidade: "É uma etapa muito boa para Primoz, para tentar ganhar algum tempo e o bónus, ele tem de tirar partido disso."
Spencer Martin analisou o percurso do dia com detalhe. Trata-se de uma etapa de 168 quilómetros, curta para os padrões de montanha, com quatro subidas, sendo a última a mais decisiva: 12 km a 6% de média, com os dois quilómetros finais a 10%. Um perfil ideal para ciclistas com final explosivo.
Na opinião de Bruyneel, é difícil prever se o vencedor virá da fuga ou dos homens da classificação geral, mas manteve a sua aposta firme: "Continuo a apostar em Primoz Roglic. Penso que é uma subida ideal para ele. Mas não será o único a tentar. A Emirates também quer ganhar."
Martin contrapôs com uma possível vitória de Juan Ayuso, cenário que Bruyneel não descartou. "Ayuso tem uma equipa muito forte. Ele deve concentrar-se em Roglic. A UAE pode marcar o ritmo na subida final, e agora, com o Hindley fora, talvez tenham a melhor equipa. Resta saber se vão colocar tudo em Ayuso ou jogar com várias cartas, como McNulty, Del Toro ou Adam Yates."
Apesar do foco nos dois principais favoritos, Bruyneel lançou outro nome com perfil ideal para surpreender: Michael Storer. "Pensaria na opção de o Storer atacar no início da subida final. Os primeiros quilómetros são entre 4,5 e 6%, terreno ideal para lançar um ataque. Pode ir sozinho ou com outro ciclista fora da luta pela geral. Ele parece estar em excelente forma."
O desempenho do australiano na última semana foi particularmente encorajador. "Esteve muito bem nos Alpes e terminou em sexto em Matera num sprint, o que para um trepador é sinal de grandes pernas," concluiu Bruyneel.