A sexta etapa da
Volta a Itália 2025 ficará como uma das mais confusas e atípicas da edição. Num dia que se esperava tranquilo e propício a uma chegada ao sprint ou, eventualmente a uma fuga, o pelotão percorreu a rodou cerca de 150km de forma monótona, com uma pequena fuga sem grandes ambições, até que um acidente coletivo veio mudar por completo o rumo da jornada.
Com vários ciclistas envolvidos e algumas quedas significativas, o colégio de comissários decidiu neutralizar a etapa - anulando diferenças de tempo, bonificações e mesmo os pontos para a magglia ciclamino. Restava, assim, apenas o prestígio da vitória em Nápoles. Mas nem isso ficou isento de polémica.
A confusão generalizada após o anúncio da neutralização fez com que muitos sprinters e equipas desligassem da corrida, reduzindo o grupo competitivo para o final a apenas cerca de 20 ciclistas. Nesse contexto,
Kaden Groves aproveitou o caos e a incerteza para somar a sua primeira vitória nesta edição da Corsa Rosa, com um sprint eficaz e oportuno.
O sprint final, no entanto, ficou envolto em polémica, sobretudo após os comentários do podcast Kop over Kop, onde Bobbie Traksel e Jip van den Bos analisaram o momento caótico que precedeu a chegada.
Van Aert ainda tentou uma movimentação solitária que, por breves momentos, pareceu promissora. “Vê-se que já ninguém sabe o que fazer. Wout van Aert quer mesmo levar Kooij com ele, mas Kooij decide ficar quieto no grupo”, comentou van den Bos. Traksel acrescentou: “Acho que Van Aert tomou a decisão sozinho, percebeu que não ia resultar e levantou o pé”.
No centro da polémica esteve o sprint entre Moschetti e Kooij, com o neerlandês da Visma aparentemente impedido de exibir a sua velocidade por estar fechado pelo italiano da Q36.5. "Kooij estava com pernas para vencer, mas ficou encurralado. Moschetti procura a curva interior e fecha o espaço”, explicou Traksel, que não poupou críticas: "Ele não tinha pernas, não está ao nível do início da temporada, e mesmo assim estraga o sprint de outro ciclista. É uma pena”.
Apesar de tudo, Groves não teve nada a ver com os incidentes e foi o mais forte entre os que restaram para disputar a etapa. Para o australiano da Alpecin-Deceuninck, a vitória representa um raio de luz numa etapa confusa, onde muitos optaram por não lutar e outros foram travados pelas circunstâncias.