João Medeiros protagonizou uma das exibições mais combativas no Campeonato Nacional de Estrada de 2025, mas saiu visivelmente desiludido com o terceiro lugar final. Depois de passar praticamente toda a corrida entre os da frente, o ciclista da Credibom / LA Alumínios / Marcos Car viu a luta direta pela vitória escapar-lhe nos quilómetros finais, vítima de problemas mecânicos e puro azar.
O ciclista açoriano da LA Alumínios veria no entanto todo o trabalho da jornada ir por água abaixo, acabando desclassificado pelo colégio de comissários da corrida, por ter tido apoio indevido do seu carro de apoio e com isso retirado vantagem sobre os seus adversários.
Logo após a corrida, e ainda antes de se saber da sua desclassificação, o ciclista de 24 anos fez o rescaldo da corrida:
“Ir a etapa toda na frente a sentir que estou na discussão da corrida… e no fim um furo lento estraga tudo.”
Foi com esta frase que João descreveu o momento-chave que o afastou da dupla que discutiu o título. O furo lento, sentido ainda com margem para reagir, limitou-lhe a capacidade de arriscar nas curvas e acabou por forçá-lo a trocar de bicicleta.
“A bicicleta estava a escorregar e tive de a trocar. Felizmente foi uma troca muito rápida, o meu diretor já estava pronto. Só que depois, na subida, houve uma fase em que tive de respirar.”
Apesar do contratempo, ainda acreditou num possível regresso à frente, caso os dois fugitivos, Ivo Oliveira e Pedro Silva, não colaborassem.
“Sabia que, se não houvesse entendimento entre os dois da frente, conseguiria chegar. Por isso meti o meu ritmo. Só que infelizmente bati num buraco e, quando bati, acho que as mudanças entraram em modo de segurança e ficaram em última. E pronto, depois já não consegui.”
Com os dois primeiros à vista, mas irremediavelmente distantes, a frustração tomou conta do ciclista, que ambicionava pelo menos disputar o título no sprint.
“Via que eles estavam mesmo ali à frente, mas já não conseguia dar mais. Fico mesmo muito desiludido. Sei que ao sprint seria difícil, mas estar tanto tempo na frente e não poder pelo menos ter uma foto com os dois no sprint é muito triste.”
Já com algum distanciamento, Medeiros refletiu sobre o simbolismo do pódio num campeonato nacional.
“Para o ano ninguém se lembra de quem fez terceiro. Dizem quem ganhou. Por isso, ou era tudo ou era nada. E hoje saio bastante desiludido. Amanhã, se calhar, já penso de outra maneira.”
Créditos da Foto: Diário da Lagoa