José Azevedo, actual director desportivo da Efapel, notabilizou-se como ciclista na ONCE, US Postal e Discovery, mas começou a sua carreira na Recer- Boavista, passando para a Maia - CIN, onde correria até ao ano 2000, para dar o salto. Regressou a Portugal 7 anos depois para terminar a sua carreira no Benfica.
No ano em que decidiu por na estrada uma equipa, rebentou o escandalo de doping da equipa W52-FC Porto, cujas repercussões abalaram o ciclismo português. Uma machadada na imagem da modalidade. "Claro. As pessoas cometeram erros, prejudicaram a imagem do ciclismo, os atletas e as equipas que estavam a competir de forma correta. Não podemos esquecer isso, houve equipas e marcas prejudicadas", aponta, em declarações ao O Jogo.
Para continuar a reflexão. "Mas entristece-me, porque são pessoas. Há um castigo desportivo que tem de ser aplicado, mas alguns esquecem que são seres humanos e não mataram ninguém. Não são criminosos e a maioria não vai voltar ao ciclismo. Já têm o seu castigo."
Sobre a possiblidade do FC Porto poder voltar a ter uma ligação ao ciclismo, Azevedo é sincero. "Não sei. O clube mudou de direção. Todos os projetos que surjam no ciclismo, que sejam sérios e para aportar algo à modalidade, são bem-vindos", para entretanto responder à questão de que se um dos seus sonhos seria ter comandar uma equipa do FC Porto. "O meu sonho, neste momento, é que este projeto cresça. De forma sustentada e com a Efapel a apoiar."
Sobre a possibilidade de termos de regresso à estrada os grandes clubes ligados ao futebol, para que a modalidade pudesse beneficiar com esse facto, o Vila Condense de 51 anos foi peremptório na resposta. "Em Portugal temos muito isso, o clubismo. É a nossa cultura desportiva e se calhar há mais pessoas que vão à estrada, assim como a Comunicação Social está mais atenta. Mas, nesta altura, o importante não é ter um grande clube, é a credibilidade, voltar a recuperar uma imagem de confiança e ter referências no nosso pelotão. Ídolos também ganham adeptos", concluiu.