José De Cauwer analisa a estratégia da Visma após o desastre de ontem: “Só o Wout saberá isso, quando se olhar ao espelho”

Ciclismo
quinta-feira, 03 abril 2025 a 18:30
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A Team Visma | Lease a Bike esteve à beira da perfeição na Dwars door Vlaanderen, mas um erro nos últimos metros acabou por transformar um possível triunfo numa derrota amarga para Wout van Aert, batido ao sprint por Neilson Powless. Ainda assim, o comentador e analista José De Cauwer acredita que há muitos sinais positivos a retirar da exibição da equipa neerlandesa, mesmo às portas da Volta à Flandres.

“A corrida correu-lhes 99,9% na perfeição. Fizeram uma corrida dura, estiveram exatamente onde deviam estar… e depois, nos últimos cem metros, cometeram uma grande asneira. Mas foi mental, não foi física”, explicou De Cauwer ao Sporza.

Apesar do desfecho frustrante, De Cauwer sublinha que esta não era ainda a Flandres. “Ainda há quinta, sexta e sábado para ajustar tudo. A única coisa que mudará na Visma é o reforço da convicção: vamos à Flandres de camisola amarela, com ambição.”

A atuação da equipa foi taticamente exemplar: aproveitou o momento crítico em Berg Ten Houte para lançar um ataque coletivo que apanhou toda a gente de surpresa. Enquanto muitos rivais ficaram cortados, entre eles um fortíssimo Mads Pedersen, a Visma colocou três homens na frente, abrindo um cenário ideal. No entanto, ao optar por um sprint em vez de desgastar Powless com ataques sucessivos, o desfecho mudou.

“Foi uma jogada brilhante no momento certo, numa corrida que todos sabiam depender do posicionamento. Agora, repetir isto na Volta à Flandres, com Pogačar e Van der Poel presentes e um pelotão mais forte, será muito mais difícil. Mas é uma estratégia a ter em conta.”

Para De Cauwer, o erro final custou mais do que a vitória. “Esta corrida podia ter sido um enorme impulso moral. Isso não desapareceu totalmente, mas foi claramente um golpe. Trabalharam bem, estiveram preparados. Se foi o suficiente? Só o Wout saberá isso, quando se olhar ao espelho.”

Ainda assim, De Cauwer deixa um aviso: a Flandres tem um historial de surpresas. “A Volta à Flandres é a Volta à Flandres. Já vimos o Bettiol vencer, vimos o Asgreen bater o Van der Poel, coisas que pareciam impossíveis. Por isso, nunca se deve dizer nunca.”

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