Quase dois anos após a trágica morte de Magnus White, jovem promessa do ciclismo norte-americano, foi finalmente feita justiça. Um júri do condado de Boulder, no Colorado, considerou Yeva Smilianska culpada de homicídio veicular por condução imprudente, na sequência da colisão que vitimou White a 29 de julho de 2023.
White, de apenas 17 anos, integrava os quadros da seleção dos EUA e preparava-se para representar o país no Campeonato do Mundo de BTT Júnior. Estava a treinar na Colorado State Highway 119, numa saída de rotina, quando foi abalroado por trás pelo carro conduzido por Smilianska. Apesar dos esforços das equipas de emergência, não resistiu aos ferimentos.
A comunidade do ciclismo internacional ficou em choque com o sucedido, e o caso rapidamente se tornou um símbolo da fragilidade dos ciclistas na estrada. Agora, com a leitura do veredito, encerra-se um capítulo doloroso para a família e para todos os que acompanharam a sua carreira.
De acordo com o relatório das autoridades, tudo indica que Smilianska terá adormecido ao volante no momento do impacto. "Com base na totalidade das circunstâncias, é mais provável que a condutora estivesse a dormir quando colidiu com Magnus", lê-se na declaração de detenção.
Em tribunal, os procuradores traçaram um cenário perturbador dos acontecimentos daquela madrugada. "No dia 29 de julho de 2023, a arguida conduziu de forma imprudente e atingiu Magnus White pela traseira, matando-o", afirmou um dos representantes do Ministério Público, citado pelo The Denver Post. "Tinha estado a beber com um amigo e dormido pouco antes de entrar na estrada. Chegou a desviar-se duas vezes. Na terceira, colidiu com o ciclista, projetando-o violentamente."
A sentença será conhecida a 13 de junho. Smilianska poderá enfrentar uma pena de prisão entre dois e seis anos. No entanto, por se tratar de uma acusação passível de probação, o juiz poderá optar por uma pena suspensa, sem reclusão obrigatória.
A decisão levanta inevitavelmente debate sobre a proteção dos ciclistas nas estradas e a responsabilização dos condutores em acidentes fatais. Para a família White e o pelotão norte-americano, o veredito representa um passo essencial na busca por justiça.