A Team SD Worx - Protime, mesmo sem Demi Vollering, apresenta-se com várias cartas fortes para os dois grandes Monumentos que se aproximam: a Volta à Flandres e a Paris-Roubaix. Entre elas, destaca-se a campeã europeia Lorena Wiebes, que já brilhou esta primavera com uma vitória na Milan-Sanremo e que ambiciona repetir o feito - mas noutra clássica.
"Acho que não", respondeu, de forma imediata e convicta, quando questionada pela Sporza sobre se a Flandres seria o seu principal objetivo. "Prefiro adiar isso por mais uma semana. Ganhar Sanremo foi ótimo, mas terminar bem a primavera seria triunfar em Roubaix".
Wiebes revelou assim o seu grande objetivo: conquistar a "Rainha das Clássicas" no sábado, 12 de abril. Para o conseguir, a sprinter neerlandesa abdicará do Scheldeprijs, corrida onde se mantém invicta há quatro anos, para poupar energias.
"Não vou alinhar no Scheldeprijs para estar mais fresca para Roubaix. No ano passado, senti que cheguei a essa corrida sem estar na minha melhor forma", explicou. "Pode parecer uma corrida fácil, mas com vento e chuva torna-se bem mais dura, e depois exige tempo de recuperação. Vai ser estranho não estar presente este ano. Mas é o melhor para o meu plano".
Antes do desafio em Roubaix, Wiebes fará a sua estreia na Volta à Flandres. Depois do reconhecimento do percurso esta semana, a neerlandesa mostra-se cautelosa, mas preparada para desempenhar um papel tático importante.
"Voltei a subir o Oude Kwaremont e agora sei bem o que me espera. O ideal seria conseguir passar essa subida e estar num segundo grupo atrás da Lotte (Kopecky). Assim, posso ser uma carta tática, caso ela seja apanhada".
Apesar de ter mostrado poderio no sprint ao longo da temporada, Wiebes admite que o seu papel pode ser mais de apoio do que de liderança:
"Se estiver ainda no grupo, não quer dizer que vá sprintar. A Lotte também foi a mais rápida na Dwars door Vlaanderen. Sei qual é o meu lugar e o que posso fazer para ajudar".
Questionada sobre se está disposta a sacrificar as suas ambições individuais pela colega belga, Wiebes é clara:
"Não se deve pensar demasiado nisso. Quando se força demasiado as coisas, deixam de funcionar. Tenho de entrar na corrida com naturalidade. Se tiver de ajudar, ajudo. Sei onde a Lotte gosta de estar bem posicionada no pelotão. Espero que o público apareça em força, como sempre".
A hierarquia parece clara na equipa, com Kopecky a assumir naturalmente o estatuto de favorita.
"Acho que a Lotte está, sem dúvida, um passo à frente. Acredito que vai estar muito forte. Ela não se sentiu bem na quarta-feira, mas tudo pode mudar até domingo. Só temos de continuar a confiar. O pico de forma dela está planeado para mais tarde, e qualquer ciclista pode ter um dia menos bom".