Mauro Gianetti elogia Tadej Pogacar: "Nenhum outro ciclista seria segundo na Volta a França com o que lhe aconteceu no ano passado".

O incrível palmarés de Tadej Pogacar já lhe valeu comparações com alguns dos maiores ciclistas de sempre. Apesar do número de vitórias impressionantes só ter aumentado nas últimas duas épocas, há quase três anos que lhe escapa um triunfo no Grand Tour.

Com o esloveno a disputar a dobradinha Volta a Itália/Volta a França em 2024, é muito provável que a espera termine mais cedo ou mais tarde. Para Mauro Gianetti, da UAE Team Emirates, a desilusão das duas últimas edições da Volta a França pode ser facilmente explicada: "Nas duas últimas Voltas, uma delas deveu-se a um erro do Tadej, que talvez fosse tão forte e tão bom que não se preocupou tanto. Aprendemos uma boa lição com isso", explica ao Velo.

Antes da Volta à França de 2023, a preparação de Pogacar foi interrompida por um acidente na Liege-Bastogne-Liege. "E no ano passado, quando caiu dois meses antes do Tour, ele precisou de estar três semanas sem treinar, completamente parado, não é segredo. No ciclismo, ou se treina ou se perde a condição", continua Gianetti. "Nenhum outro ciclista do mundo poderia ser segundo na Volta a França com o que lhe aconteceu no ano passado. Por isso, estamos totalmente confiantes".

Então, porquê a dobradinha Giro/Tour? Um feito que ninguém conseguiu desde Marco Pantani em 1998. "Para Tadej, foi interessante aceitar este desafio, porque mesmo sendo muito complicado, ele gosta. E é o mesmo para nós", responde Gianetti. "O Tadej é o ciclista mais forte do mundo, não há dúvida nenhuma."

"Penso que o Giro será bom para ele, porque terá apenas alguns dias de competição antes do Giro de Itália e, depois, terá um período de recuperação completo após o Giro e antes do Tour", continua. "Por isso, o Giro será um treino fantástico [faz uma pausa]... podemos dizer 'treino', mas ele não vai encarar o Giro como um treino, vai ter como objetivo fazê-lo bem, para conseguir a vitória na classificação geral".

"Só fez a Strade Bianche e a San Remo e mais algumas corridas antes do Giro. E no Giro ele vai crescer todos os dias. Dia após dia, ele vai construir a sua condição como de costume", conclui Gianetti. "Não temos qualquer pressão, temos apenas a oportunidade de tentar a dobradinha Giro/Tour. E nós aproveitamos esta oportunidade."