Durante muitos anos, a Soudal – Quick-Step foi sinónimo de domínio nas clássicas empedradas e nos sprints. Mas o paradigma mudou: a formação belga deixou para trás os paralelos e reinventou-se como uma equipa orientada para as Grandes Voltas, com um bloco sólido de trepadores e candidatos à geral. Um dos nomes que tem sido peça-chave nessa transição é o de
Mikel Landa, e tudo indica que o basco renovará o contrato com a equipa para além de 2024.
Com 36 anos, Landa Meana já passou por algumas das melhores estruturas do WorldTour e há mais de uma década que compete ao mais alto nível, disputando pódios e vitórias em Grandes Voltas. Mas, ao contrário de muitos corredores da sua geração que não conseguiram adaptar-se à intensidade da era atual, Landa continua a evoluir — e a impressionar.
No último verão, terminou no Top 5 da Volta a França, apenas atrás de Tadej Pogacar, Jonas Vingegaard, Remco Evenepoel e João Almeida — um feito que poucos antecipavam quando trocou a liderança da Bahrain-Victorious pelo papel de domestique de luxo na Quick-Step.
Mas a realidade mostrou outra coisa: Landa manteve uma liberdade estratégica, conseguiu brilhar na Volta à Catalunha com um 2.º lugar apenas atrás de Pogacar, e voltou a integrar o Top 10 na Vuelta a España. Na prática, foi um reforço de elite, com capacidade de proteger Evenepoel… e de assinar grandes resultados individuais.
Esta primavera, o basco manteve a consistência com um 7.º lugar na Tirreno-Adriatico e um 4.º na Volta à Catalunha, demonstrando que continua com ambição e pernas. Agora prepara-se para liderar a equipa nas montanhas do Giro d’Italia, onde será um candidato legítimo ao pódio e, em caso de oportunidade, até à vitória na geral. Depois disso, deverá marcar presença também na Volta a França, assumindo novamente um papel tático central.
Fontes próximas da equipa indicam que Landa está satisfeito com o ambiente e com o papel que desempenha, tanto como referência interna como pela autonomia que lhe é concedida em determinadas provas. A renovação parece ser apenas uma questão de tempo — e um sinal claro de que o “Landismo” ainda está vivo e bem adaptado ao ciclismo moderno.