Depois de regressar à estrada a tempo inteiro em 2025,
Pauline Ferrand-Prévot viveu um ano de consagração. Aos 33 anos, a francesa conquistou a
Volta a França Feminina e a Paris-Roubaix Feminina e chega agora ao
Campeonato do Mundo em Kigali com a ambição de fechar a época com chave de ouro – embora sem a pressão que sentiu noutras grandes metas.
“Sinto-me bem. Estou contente por terminar a época com este estado de espírito e com esta forma física”, revelou ao L’Équipe. “Acabei de falar com o meu treinador para lhe perguntar como é que ele acha que estou. Nunca consegui terminar uma época assim.”
Um ano diferente - e surpreendente
Ferrand-Prévot reconhece que este foi o primeiro ano desde 2016 em que se dedicou exclusivamente à estrada, algo que exigiu uma adaptação especial. “No ano passado, depois dos Jogos Olímpicos, estava mental e fisicamente cansada. Foi difícil continuar, enquanto agora sinto que ainda estou bem, apesar das vitórias em Roubaix e na Volta a França. É estranho ainda me sentir assim”, admitiu.
A francesa comparou ainda a serenidade atual com a pressão que viveu antes dos Jogos: “No ano passado coloquei muita pressão em mim para os Jogos Olímpicos, onde para mim, não havia outra opção senão ganhar. Este ano para o Tour, o objetivo era preparar-me o melhor possível e estar mais livre mentalmente.”
A vitória na Volta a França Feminina teve o seu momento chave na subida ao Col de la Madeleine, na 8.ª etapa, onde cimentou a sua Camisola Amarela com uma exibição dominadora.
“Nada a perder” no Mundial
Após a Clássica Lorient Agglomération, disputada a 30 de agosto, Ferrand-Prévot optou por um calendário reduzido para recuperar e preparar Kigali. “Não tenho nada a perder neste Campeonato do Mundo. É um bónus. Se me sair bem, óptimo. Se for um pouco menos bom, não é o fim do mundo”, disse. “Continua a ser um Campeonato com a camisola da equipa francesa, por isso vou para lá com a ambição de fazer o melhor possível. Mas não há pressão negativa.”
A seleção francesa alinha em Kigali com um dos conjuntos mais fortes da atualidade. Ao lado de Ferrand-Prévot estarão as revelações da Volta a França Feminina Maeva Squiban, Cédrine Kerbaol, Juliette Labous e Évita Muzic, bem como Léa Curnier e Marie Le Net.
“É evidente que penso que temos a equipa mais forte. Talvez eu esteja um pouco mais marcada do que o habitual, mas não sou só eu. Há outras raparigas muito fortes também”, sublinhou. “Vai ser interessante ver como correm as holandesas. Obviamente, haverá um pouco mais de marcação, mas isso pode dar-nos a oportunidade de mandar mais alguém para a frente.”